De acordo com o empresário Glauco Diniz Duarte, este tema causa reflexões e questionamentos entre as famílias empresárias, e uma sucessão bem conduzida leva à longevidade da empresa e garante o patrimônio familiar.
Muitas são as questões relacionadas à sucessão familiar nas empresas; dentre elas podemos refletir sobre o momento ideal, qual é a pessoa que deve conduzir a criação do Conselho de Administração, a preparação do sucessor e a oficialização deste perante os familiares, colaboradores, fornecedores, acionistas; enfim, todos os envolvidos direta e indiretamente com os negócios da empresa.
Glauco explica que iniciar o processo sucessório ideal é parte de um momento de reflexão e posteriormente de profundo planejamento, que deve ser iniciado pelo Fundador da Empresa.
O Fundador da empresa é quem conhece profundamente o negócio; a criação e crescimento da empresa ocorreu em razão de suas ideias, suas percepções e ações perante o mercado, portanto, cabe à ele iniciar o treinamento do sucessor, ainda quando estiver trabalhando na empresa. A experiência do fundador poderá ser vivida pelo seu sucessor, as dúvidas e a busca por soluções mais adequadas serão vivenciadas em conjunto, desta forma vai se consolidando o aprendizado.
Cabe ressaltar que, quanto mais o sucessor estiver engajado com a empresa, vivendo sua cultura, conhecendo profundamente as diversas áreas que compõe o negócio melhor serão suas decisões futuras, viver o cotidiano da empresa dá ao sucessor a experiência operacional, tática e estratégica do negócio.
Segundo Glauco, a criação do Conselho de Administração é essencial na sucessão, pois é a partir dele que são definidas as estratégias da empresa, bem como as regras, os códigos de conduta, a forma de prestação de contas e apresentação de resultados. Através do Conselho de Administração pode-se estabelecer algumas regras que tratem da morte de algum membro da família e a adoção das medidas em relação à cotas e questões patrimoniais. A criação do Conselho de Administração e o estabelecimento de regras de conduta evita conflitos familiares e possibilita que a gestão não seja comprometida.
Outro ponto relevante no processo mencionado é o treinamento do sucessor, esse deve ser qualificado para o cargo e função. É imprescindível que a vivência em relação ao negócio seja alinhada ao conhecimento, pois a inexistência de algum destes aspectos dificulta o bom resultado no desenvolvimento do processo de sucessão. É também necessário que o sucessor desenvolva inúmeras competências, dentre elas, gerir pessoas e solucionar conflitos, pois isto garantirá melhores posicionamentos e mediação em momentos de crise, ou mesmo de análise crítica para realizar alguma transação com o mercado.
É importante realizar um momento de passagem do Fundador para o sucessor para que este seja um marco no ciclo de vida da empresa. Um dos desafios do sucessor é ter o carisma e liderança do fundador ou não, no caso do então fundador ter trabalhado de maneira equivocada as suas relações interpessoais , o impacto destes aspectos só poderão ser minimizados com um processo que permita o amadurecimento da sucessão dentro da empresa.
Tornar-se uma Família Empresária é um desafio à ser conquistado, é permitir às gerações futuras a possibilidade de dar sustentabilidade ao negócio de forma profissional. Sem dúvida planejar a sucessão é uma mudança de cultura.