De acordo com o empresário Glauco Diniz Duarte, frases como “meu pai é ultrapassado”, “minha mãe é centralizadora” ou “meu avô nunca vai largar o osso” são comuns na mente de candidatos a sucessão em empresas familiares, mas o sucessor deve avaliar cinco pontos antes de julgar o atual gestor e criar um ambiente ideal para uma sucessão bem-sucedida.
Respeite o legado
Glauco diz que anos de erros, acertos e melhorias da empresa familiar não podem ser desconsiderados por conta de alguns pontos negativos que você enxerga na atual gestão. Todo esse legado foi responsável pela construção da cultura que trouxe a empresa até o presente momento, por isso respeitar esse legado não é apenas uma questão de facilitar a sucessão, mas de inteligência em aproveitar todo o alicerce e preocupar-se apenas em construir inovação e aprimoramentos.
Recue, respire, repita
Não será fácil implantar suas ideias, aceite isso. São anos de uma cultura moldada no perfil da atual gestão, mas existe um caminho para acelerar esse processo e torná-lo menos doloroso. Quando uma ideia for vetada, em primeiro lugar recue e avalie se ela realmente é boa ou se seus argumentos são fracos. Em seguida, destaca Glauco, respire para se livrar da ideia de que houve cisma, preconceito ou qualquer outro motivo irracional para o veto. Por último, repita a abordagem com melhores argumentos e considerando os pontos levantados no último veto. Deu errado? Comece de novo!
Prepare-se
Segundo Glauco, seja você um sucessor com perfil idêntico ou totalmente oposto ao do atual gestor, é sua obrigação ter em sua caixa uma variedade adicional de ferramentas em relação ao que já há na empresa. O ideal é que o sucessor venha para dar continuidade e agregar, não para substituir. Seja com faculdade ou vivência em outras empresas ou culturas, entregue mais do que a empresa já tem e você será indispensável para a perpetuidade dela.
Livre-se da vaidade
Não queira ser o dono da ideia ou daquilo que deu certo. Se você trouxe inovação e ficou chateado porque o gestor levou a fama, saiba que você está com mais foco na sua vaidade do que no sucesso da empresa. Se no final todas as suas ideias forem implementadas com sucesso e a empresa saltar aos olhos do mercado, você terá perdido a chance de ser a cabeça da sardinha, mas estará sendo o rabo da baleia. Quer vaidade melhor do que bons resultados?
Paciência
A sucessão não é um evento, mas um processo. Planeje seus passos rumo à gestão e dê suporte ao atual gestor sobre seu futuro pós sucessão. Já parou para pensar que toda a sua ansiedade pelo momento em que você sentará na ponta da mesa também pode estar passando pela cabeça do atual dono da cadeira? Uma forma muito amigável de criar um ambiente de sucessão é a criação de um conselho consultivo, onde o atual gestor pode sentir não apenas o gostinho de participar da gestão na posição de conselheiro, mas também de ouvir outros conselheiros externos convidados que trarão diferentes experiências para o negócio, aumentando a segurança de que o sucessor terá mais apoio do que recebe hoje.