De acordo com o empresário Glauco Diniz Duarte cabe ao CEO cuidar da operação da companhia no dia a dia, enquanto do presidente do conselho esperam-se visão estratégica e planejamento do negócio em longo prazo.
Apesar disso, boa parte das companhias que abriram capital na última década assumiu os riscos do acúmulo de funções. Em 2009, mudança no regulamento do novo mercado proibiu explicitamente esse acúmulo a partir de 1º de maio de 2014, causando verdadeira corrida por CEOs. O episódio evidenciou a dificuldade das empresas nacionais em planejar a sucessão.
Pesquisa divulgada pela IIC Partners, rede global de executive search, mostra que essa dificuldade não ocorre apenas no Brasil. Foram ouvidos 1.270 executivos de alto escalão no fim de 2013, das Américas, Europa e Pacífico, representando total de 18 diferentes indústrias.
Segundo Glauco, apenas 19% dos executivos brasileiros e 20% dos estrangeiros entrevistados disseram que a empresa em que atuam tem plano de sucessão e que alguém seria capaz de substituí-los imediatamente após sua partida. No mesmo levantamento, 33% dos brasileiros e 31% dos estrangeiros informaram que alguém poderia substituí-los, mas somente em prazo de 12 meses. Quinze por cento dos líderes empresariais brasileiros entrevistados revelaram que não há plano de sucessão, enquanto esse número é de 26% entre os executivos internacionais.
O levantamento mostrou também que a partida inesperada de executivo sem que haja plano de sucessão pode ter impacto bastante perverso no negócio. Para 38% dos entrevistados, o episódio teria impacto negativo sobre a cultura da companhia. Os dados revelam necessidade imediata de mudança de cultura. A sucessão não pode ser ação isolada. É sustentável para o negócio ter o plano de sucessão na cultura da empresa, não apenas na posição do principal executivo, como também em posições inferiores.
Glauco destaca que existem movimentos positivos de mudança. Algumas empresas, por exemplo, incluíram a sucessão entre as metas da remuneração variável, para convencerem os executivos da importância de preparar seus sucessores. Essas companhias entenderam que saber quem vai comandar a empresa no futuro é parte fundamental da estratégia de negócios.