GLAUCO DINIZ DUARTE – CPqD e empresas de energia usam sensoriamento remoto para monitorar barragens
O CPqD, em parceria com as empresas de energia BAESA (Energética Barra Grande S/A), ENERCAN (Campos Novos Energia S/A) e Foz do Chapecó Energia, desenvolveu um sistema de monitoramento de barragens que utiliza fibra e sensores ópticos para acompanhar remotamente a integridade e segurança dessas estruturas.
O sistema de sensoriamento remoto entrou em operação em duas usinas hidrelétricas instaladas no sul do país: Foz de Chapecó e Barra Grande, ambas construídas na divisa dos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. O projeto foi feito dentro do programa de pesquisa e desenvolvimento da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
“O monitoramento constante é fundamental para garantir a integridade e a segurança das estruturas das barragens, que estão sujeitas à degradação e ao envelhecimento de seus materiais em função da ação do tempo”, explica João Batista Rosolem, pesquisador da área de sistemas de sensoriamento óptico do CPqD.
O foco é usar a tecnologia para modernizar o monitoramento das barragens, que ainda é feito de forma manual e visual – dois elementos que tornam o trabalho mais difícil e mais caro, segundo o CPqD. O novo sistema oferece, por exemplo, disponibilidade dos dados de monitoramento a distância, em tempo real, a partir de tablets ou smartphones conectados à internet – via aplicativos web para dispositivos móveis.
“Com o uso de sensores de fibra óptica é possível monitorar parâmetros importantes das barragens, como vazão de percolação (infiltração), deslocamento ou deformação de juntas, dilatação de fissuras e trincas, recalque de estruturas, nível de água e pressão de água, entre outros”, diz Rosolem.
O pesquisador menciona que uma das inovações do projeto está na aplicação de uma tecnologia conhecida como grade de Bragg (FBG, do inglês Fiber Bragg Grating) para medir parâmetros diferentes das barragens das hidrelétricas, que usa uma única fibra óptica para interligar diversos sensores. “Uma das vantagens desses sensores ópticos é que eles são imunes a possíveis danos provocados por interferências eletromagnéticas, o que é comum ocorrer nos sensores eletrônicos”, enfatiza o pesquisador do CPqD.