GLAUCO DINIZ DUARTE Preço da energia solar reduz em 62,2% em recente leilão
Com um forte deságio de 62,2% em relação ao preço inicial de R$ 312,00/MWh, atingindo um preço médio de R$ 118,07/MWh (equivalente a US$ 35,25/MWh), a energia elétrica a partir de fonte solar fotovoltaica surpreendeu o Leilão da Energia Nova (LEN A-4 de 2018), realizado pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), em São Paulo.
Segundo Rodrigo Sauaia, presidente executivo da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), o resultado reitera o novo patamar de competitividade da fonte no País, observado pela primeira vez no Leilão de Energia Nova A-4, em 18 de dezembro de 2017. Na avaliação da Absolar, o ganho de competitividade da fonte é fruto da redução de preços dos equipamentos e acirrada competição entre os empreendedores. Assim como observado no leilão de dezembro de 2017, a fonte solar fotovoltaica vendeu energia elétrica a preços inferiores aos praticados por CGHs, PCHs e termelétricas a biomassa. O executivo também acredita que a “recuperação da moeda brasileira frente ao dólar” provocou a queda de preços. Neste ponto é algo para ser discutido se for analisado o histórico do câmbio dos últimos dois anos.
Até 2022 está previsto o investimento de R$ 4,7 bilhões nesse tipo de fonte energética. Serão construídas 29 novas usinas solares fotovoltaicas, totalizando 806,6 megawatts (MW) de potência a ser injetada na matriz energética brasileira. Com a nova faixa de preços da fonte solar fotovoltaica verificada nos leilões de 2017 e 2018, tornando-a uma das opções mais competitivas para novas contratações no país, a Absolar solicitou ao Ministério de Minas e Energia (MME) e à Empresa de Pesquisa Energética (EPE) o aprimoramento do planejamento de contratação para a fonte, descrito no Plano Decenal de Expansão de Energia 2026 (PDE 2026).
“O MME e a EPE estabeleceram um cenário no PDE 2026 no qual desafiaram o setor solar fotovoltaico a reduzir seus preços em aproximadamente 40% até 2023. Cumprimos esta meta, demonstrando na prática o ganho de competitividade da fonte, e ainda antecipamos esta redução de preços em mais de cinco anos, em benefício de toda a sociedade brasileira. Desse modo, cabe ao Governo Federal fazer a sua contrapartida e ampliar os volumes de contratação anual da fonte na nova versão do PDE prevista para este ano, passando de 1 GW para 1,9 GW de contratação anual, conforme as diretrizes do PDE 2026”, detalha Sauaia.
Os projetos solares fotovoltaicos contratados pelo LEN A-4 de 2018 estão localizados nas regiões Nordeste e Sudeste, nos estados do Ceará (390,0 MW), Piauí (179,9 MW), Minas Gerais (169,9 MW) e Pernambuco (66,9 MW). As informações são da assessoria da Absolar.