GLAUCO DINIZ DUARTE Piauí é a nova fronteira para o mercado de energia eólica no Brasil
Ao analisar os investimentos que a empresa alemã Enercon GmbHi, tradicional fabricante de turbinas, que comprou a Fazenda Capisa, com mais de 21 mil hectares de terra, em Pio IX, no Sul do Estado para a construção de parque eólico, Helena Chung, analista da Bloomberg New Energy Finance, disse que o Piauí é a nova fronteira para o mercado de energia eólica no Brasil. O novo parque eólico terá capacidade de produção de 1 GW de energia.
“O Piauí é a nova fronteira para o mercado de energia eólica no Brasil. A região tem um alto potencial eólico, e esperamos um boom de desempenho lá”, acrescentou Helena Chug.
O diagnóstico de Helena Chung se emparelha com a realidade e os números da indústria da energia eólica no Piauí.
O Estado é o quinto lugar entre os maiores produtores de energia eólica do Brasil, com 52 parques atingindo uma produção de 1443,10 MW. Quem ocupa o primeiro lugar no país é o Estado de Rio Grande do Norte, com 135 parques, que produzem 3.678,85 MW, seguido da Bahia, que tem 93 parques e uma produção de 2.410,04 MW; no Estado do Ceará, que tem 74 parques, com uma produção de 1.935,76 MW, e do Estado do rio Grande do Sul, que possui 80 parques, produzindo 1.831,87 MW.
O Brasil atingiu o oitavo lugar no ranking mundial de produção de energia eólica, acrescentando 2,022 GW, ultrapassando o Canadá, em 2017. O Brasil tem uma capacidade instalada no total de 539,58 GW. O país estava em 10° lugar, e galgou duas posições, de acordo com levantamento feito pelo Global Wold Energy Council (GWEC).
O primeiro lugar na produção de energia eólica é da China, que chegou a 188,232 GW de capacidade instalada de energia de fonte eólica, seguida dos Estados Unidos (89 GW), Alemanha (56,1 GW), Índia (32,8 GW), Espanha (23,2 GW), Reino Unido (18,8 GW) e França (13,7 GW).
Piauí se consagra como uma grande potência na produção de energia limpa
O secretário estadual de Minas, Petróleo, Gás e Energias Renováveis, André Quixadá, afirmou que o Estado do Piauí já se consagra como uma grande potência nacional no segmento de energias renováveis, principalmente no setor eólico e fotovoltaico.
“A quinta posição no Brasil em produção de energia eólica é uma posição tímida se considerarmos o nosso potencial natural. Se levarmos em consideração os projetos ainda em instalação, o Piauí certamente melhorará sua posição. No segmento fotovoltaico, as projeções são ainda mais animadoras. Já temos grandes projetos instalados no Piauí, temos, por exemplo, a maior usina solar da América Latina, em Ribeira do Piauí. E outra em fase de instalação no município de São Gonçalo do Piauí, que irá superar a de Nova Olinda, em Ribeira do Piauí”, falou André Quixadá. (E.R.)
Empresas investem R$ 18 bilhões para produção de energias eólica e solar
Se há uma coisa no Piauí para se orgulhar e tirar proveito para a construção de riquezas, de geração de empregos e as condições de melhoria de renda é a produção de energias eólica e solar. É o que afirma o governador do Piauí, Wellington Dias, ao destacar que o Piauí possui 14 parques de produção de energia eólica e solar com investimentos de R$ 18 bilhões, alcançando uma produção de 2 gigawatts (GW).
Ele afirmou que o Piauí fica a 8 graus da Linha do Equador e isso faz com que o sol seja forte o suficiente para a geração de energia, com uma quantidade de iluminação e de raios que permite uma geração de energia solar e uma quantidade de horas propícias para a geração de energia solar por dia, acima da média do Brasil e do mundo.
Wellington Dias falou que o Piauí e a Bahia são as duas áreas mais bem localizadas e é possível fazer, no Estado, a integração entre as energias eólica e solar.
“Os ventos no Piauí são mais fortes durante a noite do que durante o dia. Então, é possível atingir um determinado pico de produção eólica na queda, já que durante o dia há estabilidade com a produção de energia solar. Isso faz uma diferença grande. O mundo trabalha com seus geradores produzindo algo com 40% a 45% de sua capacidade e aqui no Piauí os geradores produzem acima de 70% da capacidade. É o mesmo investimento que os empresários fazem para gerar quase o dobro de energia com os mesmos equipamentos”, afirmou Wellington Dias.
O governador Wellington Dias afirma que o Piauí tem um potencial para, rapidamente, consolidar-se como um grande produtor de energias eólica e solar no Brasil e no mundo porque já foi estudado e está sendo explorado.
Dias informou que as empresas de energia solar e eólica já produzem 2 GW, enquanto a Hidrelétrica de Boa Esperança, no município de Guadalupe, produz pouco mais de 200 megawatts (MW). A estrutura montada para produção de energia limpa no Piauí também dá condições de alcançar 9 GW de potência, em uma perspectiva de alcançarem 20 GW.
“No Piauí, vamos consumir 1,8 MW e vamos exportar o restante, como já estamos fazendo. Vamos exportar energia como se exporta soja e outros produtos. Antes, a gente via o Piauí importando energia e agora estamos vendo o Piauí exportar energia. Isso gera empregos e renda? Gera”, argumentou o governador Wellington Dias. (E.R)
Estados querem lei que destine 30% da receita a Estados produtores
Wellington Dias informou que 19 Estados brasileiros estão lutando para a aprovação de projeto de lei, tramitando no Congresso Nacional, para 30% da receita do consumo de energia eólica e solar para os municípios e Estados geradores.
“Esse é o passo que falta para completar o nosso sistema”, adiantou.
Wellington Dias afirmou que já ultrapassa os 2 mil o número de pequenos e médios produtores que produzem energia para seu consumo. O governador lembrou que tem um sítio, no povoado Cacimba Velha, na zona rural de Teresina, em que toda energia usada é a solar.
“Temos energia solar em postos de gasolina, supermercados, farmácias . As pessoas investem, produzem energia solar e recebem um crédito. Tem dois contadores, um para pagamento e outro para o recebimento. O Piauí já tem o marco regulador dessa transação”, declarou Wellington Dias. (E.R.)
Piauí busca investimentos privados para melhorar serviços
André Quixadá afirma que o Piauí vive um momento em que dois pilares de sua economia, quais sejam o Sistema de Distribuição de Energia Elétrica e o Sistema de Transporte de Cargas, estão em crise.
Segundo ele, a crise nos setores de transporte e energia elétrica repercute nos custos de produção e nas competitividades daqueles produtos que se destinam à exportação. Além disso, o sistema de distribuição de energia ressente-se da falta de investimentos e da pouca diversificação da matriz energética.
Para André Quixadá, o custo da energia fornecida é alto, por estar concentrada prioritariamente na produção de energia por fonte hidrelétrica.
De acordo com Quixadá, um sistema mais flexível, mesclando outras fontes, aumentaria a oferta e permitiria a melhoria da qualidade da energia oferecida e possibilitaria uma redução no custo final dos produtos, em que o insumo energia é importante.
“Ações estão sendo pensadas, buscando a participação da iniciativa privada na construção e na gestão de negócios em infraestrutura de transportes, mediante Concessões e outros instrumentos jurídicos. O Estado do Piauí, em função de suas potencialidades naturais que hoje estão catalogadas, identificadas e organizadas numa Carteira de Projetos Estratégicos, busca atrair negócios privados, principalmente nos ramos de Transporte e Logística, Energias Renováveis, Petróleo e Gás Natural, Mineração e Agronegócio”, falou André Quixadá.
Alguns dos segmentos potencialmente viáveis elencados acima têm recebido de parte da iniciativa privada especial atenção em razão de suas taxas de retorno e das condições favoráveis de exploração. Caso da Mineração; das Energias Renováveis; do Petróleo e Gás.
André Quixadá diz que a produção de energia a partir de fontes alternativas, tais como solar, eólica, biomassa e biodiesel, aponta o Estado como uma potência energética, podendo figurar, em breve espaço de tempo, como um dos maiores produtores de energia limpa do país. (E.R.).