GLAUCO DINIZ DUARTE Cemig e mercado central firmam acordo para geração distribuída
A Cemig e o Mercado Central de Belo Horizonte assinaram, nesta quarta-feira (19/12), um memorando de entendimento com o objetivo de estabelecer cooperação comercial para o desenvolvimento de geração distribuída, buscando a redução de custos dos lojistas. O evento, realizado na Cozinha Escola Mineiraria, no estacionamento do centro comercial, teve a presença dos presidentes da Cemig, Bernardo Alvarenga, do Mercado Central, Geraldo Campos, e da Cemig GD, Tarcísio Andrade Neves, e do diretor de Relações Institucionais e Comunicação da Cemig, Thiago de Azevedo Camargo.
Líder nacional de conexões em geração distribuída, a Cemig, por meio de sua subsidiária integral Cemig Geração Distribuída (Cemig GD), irá inaugurar, em fevereiro de 2019, uma usina fotovoltaica de geração distribuída com capacidade de 5 MW em Janaúba, no Norte de Minas, proporcionando benefícios ambientais e contribuindo com a redução dos custos de energia do Mercado Central. Essa usina também poderá ser utilizada por outros clientes mineiros atendidos em baixa tensão, como comércios e pequenas indústrias.
De acordo com o presidente do Mercado Central, Geraldo Campos, a ideia inicial era instalar painéis fotovoltaicos no telhado do centro comercial, que tem 18.000 m² de área. No entanto, seria necessário reforçar a estrutura da edificação para suportar o peso das placas, o que oneraria o projeto em termos de custos.
“Mas não desistimos do objetivo de ter o Mercado Central com energia limpa e renovável. Conversando na Cemig, acabamos por conhecer a geração distribuída e os benefícios dessa operação. Além de fortalecer a imagem do Mercado Central ao contribuir com a redução do impacto ao meio ambiente, a geração distribuída gera outro diferencial competitivo: redução nos custos fixos de energia para os 400 lojistas e a possibilidade de oferecer preços ainda mais justos aos clientes”, enfatiza.
No Brasil, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) estabelece que as fontes de geração distribuída devem ser renováveis, tais como painéis fotovoltaicos e geradores hidráulicos e eólicos, dentre outras fontes, possibilitando ao consumidor gerar sua própria energia elétrica (conhecido como “prosumidor” – produtor + consumidor), inclusive por meio de união de diversos interessados em consórcios, cooperativas ou condomínios.
O presidente da Cemig, Bernardo Alvarenga, salientou as vantagens e benefícios da geração distribuída, de acordo com a resolução 482/2012 da Aneel. “Os clientes de alta tensão podem comprar no mercado livre, enquanto os clientes de baixa tensão só podem receber energia da distribuidora, agora toda empresa ou pessoa física pode deixar de ser um simples consumidor e pode ser um gerador, mas não é um gerador clássico. Ele compensa o seu próprio consumo e, eventualmente, constitui créditos para consumos futuros”, destacou.
Para impulsionar essa tecnologia, o governo de Minas Gerais sancionou, em julho do ano passado, a Lei 21.713, que estimula a produção e a comercialização dessa energia no Estado a estabelecimentos com atividade de geração, transmissão ou comercialização de energia solar. A nova norma amplia para 20 anos o prazo para a concessão de créditos de ICMS relativos à aquisição de energia solar produzida no Estado. Esse é um importante incentivo ao desenvolvimento da energia solar fotovoltaica.
“Nós temos 8 milhões de clientes que podem ser beneficiados por essa nova formatação de geração de energia. Mas não vamos conseguir atender todo mundo de uma vez, temos que construir usinas. Por isso estamos começando a atender a indústria e o comércio de pequeno porte. Com o tempo, vamos chegar também ao cliente residencial”, conclui Alvarenga.
Mercado atual
A Cemig é a maior empresa do país em números de conexão de mini e microgeração, com 8.527 ligações. A área de concessão da companhia possui 142 MW de potência instalada em geração distribuída, 24% do total do Brasil (592 MW, mais do que uma Usina de Nova Ponte em capacidade).