GLAUCO DINIZ DUARTE Aeronave movida a energia solar da Airbus quebra recorde de voo contínuo
Conhecida como Zephyr S, a aeronave da Airbus movida a energia solar quebrou recentemente o recorde de mais longo voo contínuo. O registro foi feito durante seu primeiro passeio, quando o veículo não tripulado permaneceu 25 dias, 23 horas e 57 minutos voando, após ter decolado do Arizona em 11 de julho.
Esse recorde já precede outro recorde, alcançado por um protótipo da Zephyr que, há alguns anos, conseguiu ficar 11 dias no ar. O Zephyr S, por sua vez, absorve os raios do Sol para alimentar seus motores e suas duas hélices. O sistema, portanto, opera inteiramente a base de energia solar.
Durante a noite, o veículo depende da energia armazenada ao longo do dia por suas baterias a bordo. A Zephyr S alcança uma altitude de 70 mil pés, o que, para efeitos de comparação, está muito acima do tráfego aéreo convencional e dos sistemas climáticos. De acordo com a Airbus em comunicado, “A única aeronave civil que costumava voar a esta altitude era o Concorde, e apenas os famosos [veículos] militares U2 e SR-71 Blackbird podiam operar de forma semelhante”.
Externamente, a aparência da Zephyr S parece bastante frágil, pois ela comporta apenas 75 quilos e alcança uma envergadura de 25 metros. O objetivo da Airbus é que a aeronave (descrito pela companhia como um “pseudo-satélite”) permaneça no ar por meses a fio.
O Ministério de Defesa do Reino Unido, país onde a aeronave foi construída, já está interessado na Zephyr S, pois a Airbus quer oferecer serviços espaciais mais baratos de serem lançados e mantidos no ar. Porém, a companhia reconhece que a aeronave tem potencial para ser implementado a diversos outros serviços, tais como missões de reconhecimento, vigilância marítima, patrulhamento de fronteiras, comunicações e também gerenciamento de desastres.
A Zephyr S deverá voar novamente no final deste ano, e para tanto, os preparativos já começaram. O desenvolvimento de uma aeronave ainda mais poderosa, a Zephyr T, já está nos planos.
