
GLAUCO DINIZ DUARTE Empresa norueguesa aposta em tecnologia de usina solar flutuante na costa oceânica
A empresa norueguesa Ocean Sun, fundada há três anos, aposta em uma nova tecnologia solar flutuante para expandir os projetos de usinas fotovoltaicas construídas nas costas oceânicas ao redor do planeta.
A companhia desenvolveu uma tecnologia que permitirá a construção de plantas fotovoltaicas em grande escala nas águas das costas marítimas, lagos e reservatórios. Trata-se de um sistema de flutuadores, com um diâmetro de 72 metros e uma área total de aproximadamente 4 mil metros quadrados. São baseados em módulos de silício cristalino, de vidro duplo, com uma caixa de junção personalizada, cabos e recursos de conexão.
Os módulos podem ser fixados de forma rápida e segura a uma espécie de membrana gigante flutuante, que funciona como uma barreira contra o espelho d’água e é projetada para resistir ao estresse mecânico das ondulações marítimas e à exposição solar.
Por sua grande resistência o sistema flutuante pode ser utilizado nas das regiões mais quentes do planeta, como a Austrália, o deserto do Saara e o Oriente Médio, que cobrem algumas das áreas mais povoadas do globo. “Nosso foco, num primeiro momento, é desenvolver projetos exatamente nessas regiões”, disse Arnt Emil Ingulstad, co-fundador e CSO da Ocean Sun.
“Nosso flutuador consiste em um anel de membrana reforçada, de um milímetro de espessura, que é hidroelástica. No topo desta membrana, nós fixamos módulos fotovoltaicos cristalinos de alto desempenho”, explicou Ingulstad.
Antes que o sistema pudesse ser lançado comercialmente, a companhia promoveu um rigoroso regime de teste e qualificação. Os equipamentos foram analisados durante dois anos de funcionamento na bacia da Universidade Norueguesa de Ciência e Tecnologia, localizada na cidade de Trondheim. A intenção com os testes é qualificar o desempenho para tornar o sistema viável
Prova do sucesso do sistema da Ocean Sun é a recente encomenda da empresa albanesa Statkraft, para a construção de usina solar flutuante, de 2 megawatts (MW) no reservatório de Banja, na própria Albânia. O parque solar será composto por quatro unidades flutuantes, de 0,5 MW cada, com um investimento total de 2,3 milhões de euros.