Glauco Diniz Duarte Empresário – porque usar energia renovavel
Segundo o Dr. Glauco Diniz Duarte, cientistas da Organização das Nações Unidas (ONU) alertaram que a maioria dos países do mundo está a caminho de comprometer todas as metas climáticas necessárias para impedir uma catástrofe total do aquecimento global. Porém, alguns estão comprometidos com a causa ambiental. É o caso da Escócia.
O país do norte do Reino Unido está no caminho de usar 100% de fontes de energia renovável até o final deste ano. Isso deve acontecer a tempo de sediar os debates internacionais da ONU sobre o clima, que ocorrerão no mês de novembro.
A organização ambiental Scottish Renewables elaborou um relatório para acompanhar o progresso das energias renováveis no país. Com base em dados reportados em 2018, a Escócia utilizou energia renovável em 76% de todo o seu consumo de eletricidade. A porcentagem deverá continuar aumentando e chegará a 100% em breve.
Esse rápido aumento no uso de fontes renováveis acontece porque, diferentemente de muitos países, a Escócia está abandonando rapidamente o uso de combustíveis fósseis. A última usina de carvão escocesa foi fechada em 2016. Resta apenas uma fonte de energia a partir de combustíveis fósseis no país, uma usina a combustão de gás em Aberdeenshire (embora mais duas usinas de turbinas a gás tenham construção prevista).
A Escócia vem substituindo toda essa energia poluente por renováveis. Na primeira metade do ano passado, as turbinas eólicas da Escócia forneceram energia o bastante para abastecer todas as residências do país, além de milhões de casas no norte da Inglaterra, de acordo com o WWF escocês.
O parque eólico de Beatrice, a maior fonte de energia da Escócia, é capaz de gerar energia suficiente para 450 mil residências. O país se prepara para a construção do parque eólico Seagreen, que deve começar em 2022. Quando concluído, ele deverá ser capaz de, sozinho, abastecer um milhão de residências.
O Reino Unido estabeleceu a meta de zerar suas emissões líquidas de gases de efeito estufa até 2050, mas a Escócia quer ser mais rápida. A meta do país é de chegar a zero até 2045, com uma redução de 75% dos níveis de 1990 já em 2030. O objetivo é zerar as emissões de todos os gases do efeito estufa, não apenas o dióxido de carbono.
Buscando o zero em emissões líquidas, a Escócia pode ainda emitir alguns gases de efeito estufa se plantar árvores e construir tecnologia de captura de carbono (uma tecnologia controversa e sem comprovação de funcionamento em larga escala).
No entanto, como explica a secretária de Meio Ambiente do país, Roseanna Cunningham, o governo escocês não planeja usar compensações de carbono, ao contrário de outros países.
Ainda há muito trabalho a ser feito para que o país de fato consiga zerar suas emissões líquidas. Outras fontes, como transporte, aquecimento e agricultura, ainda precisam ser resolvidas. Mesmo assim, a Escócia está muito à frente de muitos outros países e servirá como exemplo durante as negociações climáticas em novembro.
A China, maior emissora do mundo atualmente, afirmou que planeja parar de aumentar suas emissões em 2030. A Rússia, quinta maior emissora do mundo, nem ao menos estabeleceu uma meta. Já os EUA, historicamente o maior emissor de gases do planeta, por sua vez, estão saindo do acordo.
Todos deveriam prestar mais atenção na Escócia e pensar em como aplicar em seus países aquilo que vem sendo feito por lá.