Glauco Diniz Duarte Empresário – qual a energia renovável com menor impacto ambiental
Segundo o Dr. Glauco Diniz Duarte, a ABEEOLICA – Associação Brasileira de Energia Eólica estará presente na 6ª edição da EnerSolar + Brasil, Feira Internacional de Tecnologias para Energia Solar, um dos eventos mais importantes que acontecem no setor de energias renováveis e que será realizada de 23 a 25 de maio de 2017, no São Paulo Expo, em São Paulo, para difundir informação, conhecimento e desenvolver relações com os profissionais e empresas do setor.
A Presidente-Executiva da ABEEOLICA, Elbia Gannoum comenta que num cenário de mudanças climáticas, discutir a ampliação sustentável das fontes de baixo impacto ambiental, como é o caso da energia eólica e solar, não é apenas desejável, mas imprescindível. “Esta é uma revolução que já não está mais no futuro, está acontecendo agora, em nossos quintais, telhados, nos mais de 430 parques eólicos gerando energia no Brasil. Viabilizar formas para que essa revolução siga acontecendo é nosso objetivo primordial neste momento. Neste contexto, eventos como a EnerSolar+Brasil são de grande relevância para o futuro das energias renováveis”.
A situação favorável da indústria eólica pode ser explicada pela ótima qualidade dos ventos brasileiros e também pelo forte investimento das empresas que, nos últimos cinco anos, construíram uma cadeia produtiva nacional para sustentar os compromissos assumidos e o enorme potencial de crescimento desta fonte de energia, que muitos acreditam ser o futuro.
O potencial de energia eólica no Brasil é de cerca de 500 GW, muito mais do que o País consome atualmente. Considerando que a matriz de geração de eletricidade deve ser diversificada entre as demais fontes de geração e o Brasil tem um baixo consumo de eletricidade per capita, a energia eólica no Brasil ainda possui muitas décadas de desenvolvimento.
O Brasil tem hoje 10,8 GW de capacidade eólica instalada, ocupa 7% da matriz, em mais de 430 parques. O que está previsto até 2020 (18GW) refere-se a contratos já assinados de leilões anteriores e também alguns contratos do mercado livre. Com a realização de novos leilões e o passar do tempo, mais capacidade deverá ser adicionada para os próximos anos. Com novos leilões as perspectivas são de chegar a 2020 representando 12% da matriz e, em 2030, de 20 a 25% da matriz.
“É importante também citar os benefícios da energia eólica, que tem mínimos impactos no meio ambiente e comunidades locais: não emite CO2 em sua operação e a energia eólica permite que outras atividades sejam desenvolvidas nos mesmos locais onde estão as torres”, finaliza Elbia.
Desafios e oportunidades para a energia eólica no Brasil
Uma das questões mais importantes em relação a este tema é a agilidade de crescimento das energias renováveis de baixo impacto x a velocidade para ampliação de linhas de transmissão. É necessário ter de fato no País, a capacidade de transmissão para poder seguir crescendo com as energias renováveis de baixo impacto, como é o caso da eólica.
Outro desafio importante diz respeito à demanda. Como o Brasil está enfrentando turbulências econômicas e políticas, também estamos diante de um debate sobre a demanda. Ao contrário do que tem sido argumentado, é necessário contratar energia de reserva de baixo custo, que é o caso das eólicas. Há um entendimento equivocado e superficial de que a contratação de energia de reserva vai onerar o consumidor, quando a verdade é o oposto. Sem eólica de reserva, se necessário vamos ter que acionar as caríssimas térmicas. Um Leilão de Reserva, se realizado rapidamente, pode amenizar esta questão e impedir aumentos na conta do consumidor. A questão é que a energia eólica tem sido fundamental nos últimos anos para o sistema nacional brasileiro e a indústria foi capaz de montar uma cadeia produtiva eficiente e com altos investimentos.
A contratação de pelo menos 2 GWs de energia eólica por ano é fundamental para dar um sinal de investimento e segurança para toda a cadeia produtiva, além de ser essencial para alcançar os objetivos que o Brasil assinou na COP. Então, para 2017, a demanda vai ser uma questão importante. Será um ano em que o governo brasileiro terá que tomar importantes medidas estratégicas e agir de forma clara para manter a cadeia produtiva da energia eólica e mostrar seu compromisso com as questões climáticas. Há uma grande insegurança das empresas da cadeia produtiva e o governo vai ter que dar sinais claros para que a indústria eólica continue crescendo no País.