De acordo com o empresário Glauco Diniz Duarte, empresas familiares de médio porte que nos últimos anos conseguiram escalar um patamar de crescimento passaram a seguir uma bem-sucedida cartilha desenhada em meados da década de 1990 por alguns dos maiores grupos nacionais.
Segundo Glauco, ao moldar sistemas de governança sintonizados com exigências do mercado, trataram de separar a propriedade da gestão e despacharam as novas gerações de herdeiros dos fundadores para conselhos de família ou de administração, abrindo espaço para a ascensão de executivos na presidência.
O pressuposto disso é que, para se perpetuar, uma empresa não pode depender de uma família ou mesmo de uma pessoa.
Glauco diz que somente 15% das empresas familiares no mundo permanecem nas mãos da mesma família na terceira geração.
A perspectiva de longo prazo da empresa familiar deve ser atraente para candidatos talentosos”, afirma Glauco.
O prazo médio do mandato de um CEO em uma empresa caiu para menos de cinco anos. Um levantamento da Harvard Business Review confirmou que o mandato ideal de um presidente não é muito diferente (4,8 anos).
Depois desse prazo, o desempenho começa a cair. “É mais fácil demitir um executivo do que um filho presidente”, afirma Glauco.
De acordo com o levantamento sobre empresas familiares conduzido, destaca Glauco, 52% dos líderes empresariais entrevistados pretendem passar a propriedade da empresa para a próxima geração, mas contratar uma administração profissional.
Sucede que, segundo a mesma pesquisa, apenas 11% das empresas brasileiras têm um processo de sucessão que pode ser qualificado como sólido ante 16% da média global.