GLAUCO DINIZ DUARTE – Expansão da energia eólica no Brasil desafia o setor elétrico, diz Moody’s
A expansão planejada da energia eólica na matriz elétrica brasileira em cerca de cinco vezes até 2016 criará desafios para o setor no país, avaliou nesta quarta-feira (3) a agência de classificação de riscos Moody’s.
A energia eólica no Brasil tem sido viabilizada em contratos de longo prazo a preços considerados cada vez mais competitivos, provocando uma tendência de queda nas tarifas para os geradores. Além disso, a intermitência da energia eólica é um desafio adicional para a rede de transmissão, segundo a Moody’s.
“Devido a sua variabilidade, a energia eólica elevará a complexidade das operações e será necessária uma capacidade adicional de outras fontes para suportá-la”, segundo a agência.
A Moody’s acrescentou ser importante que os projetos eólicos atinjam de fato os fatores de capacidade planejados, já que os estudos dessa fonte de energia no Brasil “são baseados em dados históricos limitados”. Conforme a agência, “previsões excessivamente otimistas poderiam levar à insuficiência de fluxo de caixa para alguns projetos”.
Força dos ventos em alta
Até o final de 2016, a capacidade total de energia eólica mundial será pouco menor do que 500 GW, diante de um mercado anual de cerca de 60 GW previsto para esse período. Os dados são de um relatório anual do Conselho Global de Energia Eólica (GWEC, na sigla em inglês).
O Brasil vem se estabelecendo como grande mercado internacional, já dominando o latino-americano. Com uma forte base industrial, o país é considerado capaz de abastecer o Cone Sul, e será responsável, em vasta maioria, pelo crescimento regional até 2016.
As instalações totais para o período 2012-2016 devem chegar a 255 GW, com um crescimento cumulativo médio do mercado um pouco abaixo de 16%.