GLAUCO DINIZ DUARTE Pernambuco quer virar polo de energia solar no pais
2013 tinha tudo para terminar como um ano fraco para a energia solar. Ela ficou de fora dos grandes leilões de energia promovidos pelo governo federal, e a nova resolução da Aneel para promover a instalação de painéis solares em casas e estabelecimentos comerciais teve, por enquanto, poucas adesões. Pouco depois do Natal, no entanto, o Sol finalmente apareceu. No dia 27 de dezembro, o Estado de Pernambuco promoveu o primeiro leilão de energia solar do Brasil.
Pernambuco contratou seis projetos, de empresas da Alemanha, Itália, China, Espanha e Brasil, para instalar painéis e gerar energia no interior do Estado. O governo estima quase R$ 600 milhões em investimentos. Ao todo, esses projetos somam 122 MW de energia. Isso significa que o Estado vai gerar seis vezes mais energia do que é produzido atualmente no Brasil. Segundo Mauro Passos, presidente do Instituto Ideal, que promove a energia solar, o leilão foi uma boa notícia. “Esse leilão veio em boa hora. Acredito que o grande mérito de Pernambuco foi tomar a iniciativa”, diz.
A ideia do governo é transformar o interior de Pernambuco em um polo de energia solar brasileiro. Mas mesmo com o sucesso do leilão, a energia solar ainda está longe de se tornar realidade no Brasil. Uma comparação com a energia eólica mostra a diferença: enquanto o leilão de solar ficou na casa dos megawatts (MW), a da eólica foi contratada em gigawatts (GW).
As eólicas, aliás, podem servir de modelo e exemplo para a energia solar. No ano passado, o governo federal promoveu uma série de leilões com a participação de projetos de energia eólica. Um dos leilões contratou 60 projetos no Nordeste, somando mais de 1,5 GW. Atualmente, a energia dos ventos é uma das mais competitivas do país – além de não poluir como uma termelétrica, é muito mais barata.
Com a iniciativa pernambucana, o setor já começa a ter uma ideia do preço da energia solar. Os valores ainda estão mais altos do que a eólica, mas as perspectivas são boas. Com o aumento da produção e o ganho de escala, os painéis fotovoltáicos devem ficar mais baratos. “De todas, a energia solar é a que tem maior potencial. Sua hora vai chegar, é só uma questão de tempo”, diz Passos.