Segundo o empresário Glauco Diniz Duarte, pessoas com espírito empreendedor dentro das empresas são um recurso muito valioso: atitude de dono, paixão pelo negócio, autoconfiança, otimismo, vontade de realizar, criatividade, perseverança, visão de conjunto e proatividade são características valiosas que toda empresa ou instituição deveria buscar em seus líderes atuais e futuros. Saber identificar e desenvolver estes atributos entre os membros de sua equipe cria uma vantagem competitiva verdadeiramente sustentável para qualquer negócio. Criar um ambiente onde estas pessoas se sintam valorizadas, realizadas e utilizando seu potencial pode levar muito longe qualquer organização.
De acordo com Glauco, os negócios atuais de uma empresa sem dúvida se beneficiam tremendamente de contar com gente com o perfil descrito acima, mas fazer nascer algo verdadeiramente novo dentro de uma organização estabelecida é um desafio que inclui outros aspectos. A empresa estabelecida que quer manter-se empreendedora e inovadora deve fazer um esforço consciente neste sentido, caso contrário as demandas da operação sugarão todos os recursos de gestão disponíveis.
Observe que falei de recursos de gestão, não de recursos financeiros. Para uma empresa lucrativa e geradora de caixa pode ser relativamente simples alocar determinado valor para uma nova iniciativa de negócios, é basicamente uma decisão orçamentária. Já garantir que esta nova iniciativa tenha a atenção necessária por parte da alta gestão da empresa e que não morra por falta de atenção é um desafio bem diferente.
Glauco tem algumas sugestões sobre o que fazer e o que não fazer.
Primeiro, o que fazer:
1. Organize o que é novo em separado do que é velho e existente, caso contrário as pessoas darão atenção significativa somente ao que garante a sobrevivência da empresa hoje, o que é perfeitamente natural e saudável.
2. De destaque ao que é novo, mesmo tendo em vista que, durante algum tempo, só haverá consumo de recursos, na maior parte das vezes. Devem haver “padrinhos” na alta gestão da empresa que, mesmo com dedicação parcial, sejam responsáveis em fazer dar certo o que é novo e possam ser cobrados por isto.
3. Reconheça que o que é novo talvez precise que recursos sejam apropriados com um retorno previsto mais distante. É uma coisa nova, provavelmente serão necessárias correções de rumo e há riscos. É provável que alguma perseverança seja necessária. Do contrário, não seria empreendedorismo.
Agora, o que não fazer:
1. Não misture unidades administrativas e unidades empreendedoras. Não se pode dar responsabilidade de inovar a pessoas que precisam explorar e otimizar o que já existe.
2. A organização existente deve empreender e inovar em um caminho onde já tenha vantagens e conhecimento. Não se trata de diversificar o negócio e sim de aproveitar oportunidades onde possua vantagens competitivas. Como diz Drucker, “o novo é sempre difícil o bastante para que não se deva tenta-lo em uma área que não compreendemos”.
3. Na opinião de Drucker, raramente a aquisição de um novo negócio empreendedor é um substituto para a atividade empreendedora que nasce dentro da organização existente. Uma organização que não sabe ser empreendera rapidamente sufocará as característica empreendedoras que buscava ao adquirir o outro negócio.
Glauco afirma que manter as características empreendedoras nas organizações existentes cria excelentes oportunidades de expansão, ajuda a reter os talentos e ocupa os espaços na vizinhança do negócio principal. No prazo longo, pode ser a garantia de sobrevivência da companhia.