Glauco Diniz Duarte Empresário – energia eólica e renováveis
Segundo o Dr. Glauco Diniz Duarte, o Nordeste é referência na produção de energia eólica no Brasil. No último dia 26 de agosto de 2019, cerca de 89% da energia consumida na região veio dos ventos, com geração média diária de 8.650 MW. Este é o dado mais recente de recorde histórico de abastecimento energético atendido pela fonte eólica.
Segundo a Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), que reúne empresas do setor, o Nordeste aparece à frente na capacidade de produção de energia eólica no Brasil. Dados atualizados, em maio de 2019, indicavam o Brasil possuir 602 parques eólicos, totalizando 7.500 aerogeradores em operação, em 12 estados.
A geração de energia eólica é predominante nas regiões Nordeste (506 parques) e Sul do País (95 parques). Nas demais regiões brasileiras, há apenas mais um parque no Rio de Janeiro.
A energia gerada pelos ventos ultrapassou a expressiva marca de 15 GW de capacidade instalada para produção nacional, em maio de 2019. Deste total, cerca de 96% concentra-se no Nordeste, totalizando 14,5 GW de potência instalada somente nessa região. Quando elaboramos a versão original deste post, em agosto de 2018, o Nordeste ainda gerava 85% da produção nacional.
O Rio Grande do Norte é o estado brasileiro que mais produz energia com a força dos ventos. Em maio de 2019, o estado contava com 151 parques, mantendo a liderança nacional com 4 GW de capacidade instalada. Em seguida, vem a Bahia, com 154 parques e 3,9 GW de potência instalada. Em terceiro lugar, está o Ceará, que conta com 79 parques e um total de 2 GW de capacidade instalada.
O período de agosto a setembro é conhecido como a “safra dos ventos”, pois as ventanias ganham ainda mais força e as usinas eólicas do Nordeste e Sul costumam bater recordes de produção.
Neste post, iremos discutir o avanço e o potencial de ampliação da energia eólica na matriz energética brasileira, bem como sua importância como fonte renovável para a sustentabilidade energética nacional. Dentre os benefícios da indústria dos ventos estão também a geração de empregos e a segurança energética durante as secas, especialmente para a região Nordeste.
Bons ventos para o Brasil
De acordo com o Global Wind Energy Council (GWEC), que mensura os dados mundiais de energia eólica, em 2017, o Brasil ultrapassou o Canadá no ranking mundial de capacidade instalada e agora ocupa a 8ª posição. Em 2012, o Brasil estava na 15ª colocação.
A liderança mundial na produção de energia eólica está com a China, com cerca de 188 GW. Em seguida, destacam-se os Estados Unidos, com 89 GW, e a Alemanha, com 56 GW de capacidade instalada. A Índia, a Espanha, o Reino Unido e a França completam o ranking dos sete primeiros.
No início de 2018, a capacidade instalada de produção de energia eólica no Brasil atingiu a marca de 13,4 GW, representando um crescimento de 19% de potência em relação a 2016, quando a capacidade instalada era de cerca de 11 GW. Dados de novembro de 2018 mostraram um crescimento para 14,3 GW da capacidade total instalada de produção de energia eólica. Recentemente, em maio de 2019, atingiu-se a marca de 15,1 GW.
Atualmente, as eólicas já representam 8,5% da matriz energética brasileira, embora um percentual ainda distante dos 64% da produção hidrelétrica nacional, está bem próximo de ultrapassar a geração das usinas de biomassa, as quais representam 9,2% do potencial elétrico nacional.
De acordo com a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), a geração de energia eólica no Brasil cresceu 24% no mês de julho de 2018, quando comparada ao mesmo período de 2017. A geração das usinas térmicas também cresceu 6,5%, enquanto o desempenho da produção das hidráulicas caiu 0,9%, em relação ao registrado no mesmo mês, em 2017.
Em abril de 2019, ainda de acordo com informações da CCEE, houve crescimento em cerca de 4% na geração de energia elétrica nas usinas hidráulicas, 5% nas PCH’s e 75% na produção de energia solar fotovoltaica. O aumento é comparado ao mesmo mês do ano passado.
Como mostrado na imagem acima, em abril de 2019, registrou-se uma queda de quase 10% na geração de energia nas termelétricas, em relação ao mesmo período do ano passado. A redução se deveu ao crescimento da geração pelas fontes hídrica e solar.
Como observado, em 2019, a geração de energia elétrica no Brasil, de uma maneira geral, aumentou cerca de 2%, incluindo as várias fontes que compõem a matriz energética nacional.
Considerando a fonte primária de geração de energia elétrica no Brasil, ou seja, o recurso utilizado para sua produção, o vento já é a segunda fonte da matriz elétrica do País.
É claro que existem outras formas de representar uma matriz elétrica, como na figura acima. Por exemplo, há casos em que se reúnem os resultados de todas as térmicas, independente do recurso utilizado como fonte primeira (biomassa, carvão e gás natural), e então as térmicas estariam em segundo lugar.
No dia 31 de agosto de 2018, foi realizado o Leilão de Energia Nova A-6, para contratação de energia proveniente de empreendimentos de fontes hidrelétrica, eólica e termelétrica. No total, foram cadastrados na Empresa de Pesquisa Energética (EPE), para participar do Leilão, 1090 projetos, totalizando 59 GW de nova capacidade instalada.
A fonte eólica foi a com maior oferta em número de projetos (um total de 928 ou 85% dos projetos cadastrados), com previsão de capacidade instalada de 27 GW, sendo superada apenas pela fonte termelétrica, pois esta alcançou, em termos de potência, mais de 30 GW.
Indústria dos ventos: um negócio promissor no Brasil
Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), estima-se, para até 2024, a evolução da capacidade instalada de produção de energia eólica no Brasil para um total de 18,7 GW. A estimativa é feita com base na expansão de projetos já contratados em leilões de energia, sendo que novos leilões irão adicionar maior capacidade instalada para os próximos anos.
A energia gerada pela força dos ventos faz parte da matriz energética nacional, desde 1992, com o início da operação da primeira turbina eólica, em Fernando de Noronha (PE). Mas foi há menos de uma década, desde 2010, que a indústria eólica alcançou um eficiente desenvolvimento no Brasil, com os fortes investimentos das empresas de energia nessa tecnologia, visando aproveitar a ótima qualidade dos ventos brasileiros. De 2010 a 2017, o investimento no setor foi de US$ 32 bilhões.
Os especialistas consideram que o sucesso da inserção das usinas eólicas no Brasil tem servido de paradigma para a energia solar, contribuindo para manter a predominância das fontes renováveis na matriz elétrica do País, pelos próximos anos. Por serem ainda tecnologias relativamente recentes, ambas requereram ativa atuação do governo para sua expansão inicial: na regulamentação adequada da geração distribuída, conectada à rede, e na realização de leilões específicos para a contratação de plantas centralizadas.
A energia eólica, em menos de uma década, consolidou-se na base de sustentação do abastecimento elétrico no País. A indústria dos ventos cresce a um ritmo superior a 20% ao ano, muito acima das demais fontes. A tendência é que as eólicas sejam a segunda maior fonte geradora de energia elétrica no País, até 2020, ficando atrás somente das hidrelétricas.
O Ministério de Minas e Energia prevê uma expansão de 125% até 2026, quando praticamente um terço da energia brasileira virá dos ventos (28,6%).
As eólicas evitaram, somente em 2017, a emissão anual de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera – gás de efeito estufa considerado nocivo à saúde do Planeta – equivalente a cerca de 16 milhões de automóveis. Isso é mais de duas vezes a frota de veículos de passeio da cidade de São Paulo, considerada a metrópole mais populosa do Brasil e do continente americano.
A energia gerada pela fonte eólica no ano passado (40,46 TWh) foi capaz de fornecer energia elétrica residencial a uma população maior que a de todo o Nordeste, suficiente para abastecer cerca de 67 milhões de habitantes.
Segurança energética durante as secas
Para produzir energia eólica, são necessários bons ventos: estáveis, com intensidade certa e sem mudanças bruscas de velocidade ou de direção. O Brasil recebe uma enorme quantidade desse tipo de vento, tendo favorecido a geração de energia eólica nos últimos anos. Os bons ventos para energia eólica são abundantes no Nordeste e Sul brasileiro, conforme mostra a imagem acima.
Para comparação, enquanto o fator de capacidade média mundial (medida de produtividade do setor) está em torno de 25%, no Brasil, nos últimos doze meses (de setembro de 2017 a agosto de 2018), o fator de capacidade médio foi de 42,5%.
Vale lembrar que, na época de “safra dos ventos”, o fator de capacidade médio mensal pode ultrapassar picos superiores a 60% em um mês no Brasil. No caso de recordes históricos, registrados pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), já atingiu picos maiores que 80%, no Nordeste brasileiro, em um dia.
As fontes de energia não competem entre si, mas são complementares. É o caso da energia eólica. Esta fonte renovável é extremamente estratégica para o Brasil, especialmente durante as secas – de maio a novembro –, quando o volume dos reservatórios fica comprometido pela falta de chuvas. É justamente nesse período que as ventanias ficam ainda mais fortes, favorecendo o aumento da geração eólica.
Além disso, uma prolongada seca no Nordeste, como a recente “Seca do Século” (2010-2017), poderia acarretar em risco de desabastecimento, caso o Brasil não dispusesse de fontes alternativas de geração de energia elétrica. É importante, contudo, que essas fontes complementares sejam limpas e com preço acessível, o que pode ser encontrado nas renováveis, especialmente nas usinas eólicas.
O Brasil desponta como um dos países com maior matriz energética limpa do Planeta. Enquanto no mundo apenas 33% da matriz é renovável, aqui o índice passa de 80%. Atualmente, a fonte de energia hídrica é responsável por cerca de mais de 2/3 da capacidade de geração elétrica no País.
As usinas hidrelétricas, predominantes na matriz elétrica brasileira, exercem importante papel na redução das emissões de gases de efeito estufa, decorrentes de atividades antrópicas, por se constituírem em fonte de geração limpa.
Todavia, a hidreletricidade enfrenta hoje enormes dificuldades à sua expansão. São eles: 1) Fortes impactos socioambientais decorrentes, como interferência em áreas de proteção ambiental ou territórios ocupados por comunidades tradicionais; 2) Necessidade de elevados financiamentos para a viabilização dos empreendimentos de grande porte; 3) Grande distância dos maiores centros de consumo, acarretando em investimentos adicionais em linhas de transmissão para escoamento da produção de eletricidade.
Nos últimos quatro anos, o governo brasileiro tem tido dificuldade para erguer grandes empreendimentos hidrelétricos, especialmente aqueles planejados para a Amazônia. Assim, as fontes eólicas tornaram-se alternativas para aliviar a pressão sobre o abastecimento energético e permitir uma produção menos dependente dos barramentos de rios.
Durante o racionamento de 2001-2002, houve uma crise sem precedentes na geração de energia elétrica no Brasil. Após a ameaça desse “apagão elétrico”, foi criado o Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa), pela Lei nº 10.438/2002. O objetivo foi aumentar a participação de fontes alternativas renováveis na produção de energia elétrica no Brasil, visando diversificar a matriz energética nacional e promover maior segurança no abastecimento.
O Proinfa previa a implantação de 144 usinas, totalizando 3,2 GW de capacidade instalada, sendo: 1,1 GW provenientes de 63 Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH), 1,4 GW de 54 usinas eólicas, e 685,24 MW de 27 usinas termelétricas a base de biomassa. Foi um programa pioneiro que contribuiu para impulsionar a energia eólica no Brasil.
Por outro lado, desde a crise energética de 2001, o governo federal priorizou a construção de usinas termelétricas a gás natural e, posteriormente, termelétricas a óleo combustível, para operação em caráter emergencial.
Hoje, com o aumento das secas em todas as regiões brasileiras, e a diminuição no volume dos reservatórios, a capacidade de geração hidrelétrica brasileira fica comprometida. Nesses períodos, recorrem-se às termelétricas para complementar a oferta do Sistema Interligado Nacional (SIN).
Todavia, durante as secas, especialmente quando há predomínio do fenômeno El Niño, a intensidade dos ventos atinge proporções acima da média na região do Nordeste brasileiro.
No caso do La Niña, a tendência é de ventos enfraquecidos na região, acarretando em baixa produção nos parques eólicos, como ocorreu no período de maio a setembro de 2009, quando a geração verificada foi considerada muito baixa para essa época do ano.
No caso do Nordeste brasileiro, deve se também considerar a atuação do Dipolo do Atlântico, fenômeno oceânico-atmosférico que inibe ou aumenta a formação de nuvens, diminuindo ou aumentando o volume de chuvas e os ventos no Leste da Amazônia e Litoral Norte brasileiro. A associação desses fenômenos pode ser potencialmente devastadora para a produção de energia eólica.
Um dos principais mecanismos para a produção de energia por meio dos ventos é o aperfeiçoamento de mecanismos operacionais, visando à mitigação dos efeitos da intermitência natural que caracteriza as eólicas. Nesse sentido, aprimorar as previsões meteorológicas é uma necessidade crucial, diante das projeções de crescimento dessa cadeia produtiva, especialmente em razão dos níveis críticos atuais do rio São Francisco e dos reservatórios do Nordeste. Com a limitação da geração de energia hídrica, a eólica já responde, em média, por mais de 50% do abastecimento do Nordeste.
O uso de informações meteorológicas tem auxiliado no planejamento e na previsão da geração de energia eólica, especialmente em situações de criticidade conjuntural para o setor elétrico brasileiro. Uma das referências em previsão e monitoramento meteorológico e ambiental no Brasil é o Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites (Lapis), que utiliza dados e modelos de previsão do Sistema EumetCast, fornecendo serviços e soluções tecnológicas especializadas na área para empresas do setor.
Renováveis são alternativas às termelétricas
A política energética do sistema elétrico brasileiro prevê o aumento do uso de termelétricas no País como forma de poupar a água dos reservatórios das usinas hidrelétricas, em momentos de escassez hídrica. Entretanto, a energia gerada por elas é mais cara que a produzida pelas hidrelétricas, porque as termelétricas necessitam queimar combustíveis, como gás natural, óleo e carvão, para gerar energia.
Enquanto, o megawatt-hora (MWh) das usinas eólicas e hidrelétricas custa em torno de 100 reais, nas termelétricas, esse valor pode ultrapassar 800 reais. Ou seja, o Brasil deveria investir mais nas energias renováveis para evitar o alto custo aos consumidores de recorrer às termelétricas.
Desde 2015, entrou em vigor no Brasil o sistema de bandeiras tarifárias, que criou uma cobrança extra nas contas de luz. Esses recursos são usados para cobrir custos adicionais gerados pelo acionamento das termelétricas.
Por meio desse sistema, a cor da bandeira muda de acordo com o custo da produção de energia no País, conforme o uso maior ou menor das termelétricas. As cores são: verde (condições favoráveis à geração de energia); amarela (condições menos favoráveis); e vermelha (custo de energia mais caro, termelétricas ligadas). Essas tarifas pesam no bolso dos consumidores brasileiros.
Diante disso, a energia eólica, ao lado de outras renováveis, tem se apresentado como alternativa para uma maior segurança energética no Brasil. Nas últimas semanas, uma média de 14% da energia que abastece todo o País tem sido retirada de torres eólicas.
Segundo o Relatório Anual Global de Energia Eólica, do Global Wind Energy Council (GWEC), divulgado em abril de 2018, a região da América Latina e Caribe registrou, em 2017, uma nova capacidade de 2,57 GW. Desse total, o Brasil mais uma vez dominou o mercado, com instalação de nova potência de energia eólica de 2,02 GW, representando mais de três quartos das instalações na grande região.
Em 2016, um estudo da International Energy Agency (IEA) considerou o Brasil o quinto país com maior incremento de gigawatts (GW) gerados pelo vento.
Ventos que trazem empregos
O crescimento da indústria de energia eólica no Ceará tem chamado atenção de todo o País. Segundo a Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), no período de janeiro a abril de 2019, o estado registrou uma alta de quase 900% nas exportações de pás eólicas, se comparado ao mesmo período de 2018.
A expansão representou um montante de US$ 64,9 milhões, com a venda dos equipamentos de energia renovável ao exterior, principalmente para os Estados Unidos e à Alemanha. Com esse resultado, o Ceará assumiu a liderança nacional na exportação de aerogeradores.
Nos próximos meses, as fábricas de energia eólica serão ampliadas, no Ceará, com expectativa de geração de 800 novos empregos. O principal atrativo de trabalhadores para o setor é a garantia de uma boa remuneração, mas os candidatos devem ficar atentos, pois exige-se muita qualificação.
O setor de energias renováveis abrirá importantes oportunidades de mercado para as geotecnologias. O QGIS, por exemplo, possui ferramentas que permitem estudar a frequência dos ventos e geopespacializar as áreas para instalação dos aerogeradores. Dessa forma, as geotecnologias otimizam o tempo de planejamento e melhoram os resultados da produção de energia eólica.
A indústria eólica possui uma cadeia produtiva 80% nacionalizada. A ABEEólica estima que, para cada novo megawatt instalado, 15 empregos diretos e indiretos sejam criados. Em 2016, o número de postos de trabalho gerados no setor passava de 150 mil.
A Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) estima que, até 2026, a cadeia eólica possa gerar aproximadamente 240 mil novos empregos diretos e indiretos. A maioria dos empregos é gerada na fase da construção dos parques eólicos, tendo a demanda de pessoal reduzida, em seguida, às atividades de operação e demanda.
Ainda de acordo com a ABEEólica, o Brasil tem um dos melhores ventos do mundo. O potencial de crescimento da energia eólica no País é enorme. O Brasil tem apenas 15 GW instalados, considerado ainda pouco. Se pensarmos em instalar de dois a três GW por ano, ainda instalaremos parques por mais quatro décadas. Nesse sentido, é necessário ampliar os negócios no setor, visando aproveitar o potencial de produção de energia sustentável no Brasil.
Um estudo inédito da ABDI mapeou 52 profissões distribuídas nos cinco grupos de atividades que compõem a cadeia produtiva dos ventos: construção e montagem (10 diferentes profissões); desenvolvimento de projetos (11 profissões); ensino e pesquisa (6 profissões); manufatura (15 profissões); operação e manutenção do parque eólico (9 profissões). O potencial de criação de empregos é grande porque a cadeia eólica é longa, além da capacidade de crescimento do mercado.
A ABDI também mapeou mais de 400 empresas envolvidas, entre fabricantes, fornecedoras de peças e prestadoras de serviço. Os construtores de pás exemplificam a capilaridade das indústrias que trabalham com vento. São apenas quatro no Brasil, mas em estados diferentes – Ceará, Pernambuco, Bahia e São Paulo.
A força dos ventos na transição energética
De acordo com dados divulgados pela Agência Internacional de Energia Renovável (Irena, na sigla em inglês), a capacidade de geração renovável global aumentou em 167 GW, no ano de 2017. Esse volume representa um crescimento anual de cerca de 8,3%.
Esses dados confirmam que a transição energética global continua avançando em ritmo acelerado, graças à rápida queda nos preços, às melhorias tecnológicas e a um ambiente político cada vez mais favorável. As fontes renováveis são encaradas como a solução para países que buscam apoiar o crescimento econômico e a criação de empregos, assim como para aqueles que buscam limitar as emissões de carbono, ampliar o acesso à energia, reduzir a poluição do ar e melhorar a segurança energética.
A energia vinda dos ventos terá um papel crucial nesse processo de mudança para longe dos combustíveis fósseis. Dentre os benefícios da energia eólica, em direção a um futuro energético sustentável, estão:
1) É renovável e não polui, contribuindo para o Acordo climático de Paris;
2) Os parques eólicos não emitem CO2 em sua operação;
3) Um dos melhores custos-benefício na tarifa de energia;
4) Gera renda para os proprietários de terra, por meio do seu arrendamento para colocação das torres;
5) Permite que os proprietários de terras onde estão os aerogeradores exerçam atividades agropecuárias no mesmo espaço;
6) Permite a capacitação de mão de obra local;
7) Promove a fixação do homem no campo, com desenvolvimento sustentável;
8) Gera empregos, que vão desde a fábrica até as regiões mais remotas, onde estão os parques.
O Brasil possui um enorme potencial para geração de energia eólica. O investimento no setor é um caminho estratégico para promover uma transição energética mais rápida no País, em direção a um futuro energético mais limpo e sustentável.
Para se garantir maior segurança energética e um preço de energia mais justo aos consumidores brasileiros, é necessário priorizar uma política baseada nas fontes renováveis, com destaque à energia vinda dos ventos. A energia eólica gera enormes benefícios econômicos, sociais e ambientais, a exemplo de aumentar os empregos no setor, permitir a formação de mão de obra qualificada e reduzir as emissões de gases nocivos à atmosfera.
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