Glauco Diniz Duarte Empresário – Eu posso vender energia solar
Segundo o Dr. Glauco Diniz Duarte, uma Resolução Normativa publicada em 2012 pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) define as condições para que o consumidor brasileiro possa gerar a própria energia elétrica. Trata-se da RN nº 482, que dispõe sobre a micro e minigeração distribuída de energia, define os critérios e modalidades para que o consumidor possa gerar a própria energia.
A geração distribuída se difere do modelo de geração centralizada, no qual as grandes usinas geradoras são responsáveis pela produção e distribuição aos clientes por meio das linhas e redes de transmissão. Nela, devidamente normatizada, há abrangência desde a geração própria de energia pelo consumidor até o fornecimento do excedente para a rede de distribuição da região habitada.
Na prática, como o próprio nome já diz, a geração distribuída engloba a produção de energia em pontos diversos por meio de sistemas geradores que ficam próximos ou, até mesmo, na própria unidade consumidora, a exemplo de casas, empresas e indústrias. Esses sistemas são ligados à rede elétrica pública.
A modalidade tem ganhado número crescente de adeptos por ser uma opção relevante para quem quer reduzir custos com o uso de energia, tendo em vista que o Brasil possui uma das tarifas energéticas mais caras do mundo e, sobre ela, ainda incidem cargas tributárias.
Em Minas Gerais, um dos principais exemplos dessa estratégia pode ser encontrado na Escola Estadual Pandiá Calógeras, que usa um sistema de geração de energia com placas de captação solar. A iniciativa faz parte de projeto que busca a instalação de miniusinas em 100 unidades públicas da Grande BH até 2020.
A diretora da unidade de ensino, Marta Eliana Azevedo Campos, explica que a estrutura funciona como uma miniusina formada por três placas posicionadas no telhado da escola e tem gerado economia.
Ainda segundo ela, em alguns horários de pico de geração a energia é gerada em maior volume consumido instantaneamente e chega a ser redistribuída na rede da Cemig. Além disso, a iniciativa ajuda a fomentar a atuação sustentável e ainda colabora com os conteúdos em sala de aula, na disciplina de Ciências, quando os alunos conhecem de perto essa forma de geração de energia e são envolvidos no tema.
O engenheiro de processos comerciais da Cemig, Lucas Martins, explica que há diferença entre clientes de alta tensão e baixa tensão.
Foco em geração de energia solar e soluções inteligentes em energia: Cemig S!M
Expandindo sua atuação voltada às energias sustentáveis, a Cemig lançou, no dia 8 de outubro, uma nova empresa pautada em tecnologia, inovação e sustentabilidade. Trata-se da Cemig S!M – Soluções Inteligentes em Energia.
De acordo com Danilo Gusmão, presidente da Cemig S!M, “ a nova marca visa atender ao mercado de energia compartilhada, atuando nas frentes de geração distribuída, cogeração e armazenamento de energia, serviços tecnológicos, eficiência energética, gestão de iluminação pública e utilidades, mobilidade elétrica e serviços em conta, além de outras soluções”, afirma.
A previsão é que cerca de R$ 600 milhões sejam destinados pela Companhia até 2020 na construção de novas usinas solares. Até 2020, a S!M irá construir 32 usinas em Minas Gerais.
Usina de minigeração no Norte de Minas
Atenta à crescente demanda por geração distribuída, e antecipando as iniciativas do projeto da Cemig S!M, a Companhia inaugurou, em fevereiro deste ano, a primeira usina de minigeração destinada ao atendimento a clientes que utilizam baixa tensão, como comércios e pequenas indústrias. A novidade foi instalada no município de Janaúba, Norte de Minas.
Para a usina, foram investidos R$ 18,5 milhões em uma estrutura de 230 mil m², equivalente a 27 campos de futebol. A iniciativa é fruto de uma parceria com o Grupo Mori Energia Solar e conta com 16 mil placas fotovoltaicas que geram energia a partir da luz solar, um insumo abundante no Norte de Minas.
A energia produzida será utilizada por comerciantes do Mercado Central do município, além de empresas e indústrias associadas à Federação das Indústrias de Minas Gerais.