Glauco Diniz Duarte Empresário – Quais são as maiores dificuldades na construção civil

Segundo o Dr. Glauco Diniz Duarte, a construção civil brasileira vive momentos de incerteza. Se, em janeiro, a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) antevia crescimento de 3% para o setor neste ano, meses depois, com a crise causada pela pandemia, está cada vez mais difícil fazer previsões.

Nesse contexto, é ainda mais necessário que o setor de construção civil se modernize, superando seus principais desafios, que incluem improdutividade, problemas de segurança e falta de inovação.

Neste artigo, conheça os 4 principais problemas enfrentados por essa indústria e veja algumas dicas de como evitá-los.

Conheça os 4 principais problemas

1. Não se preocupar com produtividade

Ao contrário de outras indústrias, a construção civil não tem visto grandes melhorias em termos de produtividade.

Isso é um problema principalmente porque as obras estão ficando cada vez mais complexas. Sem processos produtivos, elas se tornam também mais demoradas.

A falta de produtividade em obras acontece por diversas razões, como planejamento inadequado, má comunicação, desperdício de tempo aguardando que os materiais sejam entregues, dentre outros.

Além disso, a falta de mão de obra qualificada também tem papel importante nessa falta de produtividade, já que muitos trabalhadores não possuem as habilidades ou a experiência necessárias para tirar os projetos do papel com qualidade e rapidez.

Como fazer, então, para ter mais produtividade nas construções?

Em primeiro lugar, é possível adotar abordagens como o lean construction, ou construção enxuta, que adapta os princípios do lean manufacturing para o ambiente da construção.

Além disso, é possível contar com a tecnologia, usando softwares específicos para construção civil para ter mais produtividade.

2. Não priorizar a segurança dos trabalhadores

A falta de segurança dos trabalhadores da construção civil segue sendo um problema enfrentado por essa indústria.

Além das perdas humanas, o afastamento do trabalho por acidentes representa uma grande perda de produtividade, acarretando em atrasos nas obras, já que os trabalhadores precisam se afastar por vários dias, muitas vezes interrompendo a construção.

Por isso, mantê-los seguros deveria ser uma prioridade entre as empresas desse segmento.

Resolver esse problema requer, em primeiro lugar, treinamentos focados em segurança do trabalho. Eles não devem acontecer só uma vez, mas sim serem frequentes ao longo da carreira do trabalhador na construção civil.

A ideia é enfatizar a importância de adotar práticas de trabalho seguras, reforçando as lições, sempre que possível.

Os acidentes em obras podem ser evitados facilmente, bastando reduzir os perigos e seguir as boas práticas de segurança.

Esses programas devem partir do topo da empresa, que deve garantir que práticas de segurança fortes sejam seguidas à risca.

Empresas de construção civil têm muito a ganhar com isso: não só aumentam a produtividade, mas também são mais bem vistas pelo mercado e, por priorizarem o bem-estar dos seus colaboradores, atraem os melhores talentos.

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3. Não seguir práticas sustentáveis

A construção civil pode causar grandes danos ao meio ambiente. Geração de resíduos e entulhos, extração de matérias-primas e o grande uso de energia elétrica são só alguns exemplos de ações poucos sustentáveis, porém, comuns no setor.

Por meio da adoção de práticas mais sustentáveis, no entanto, é possível reduzir os impactos gerados pelas obras. E os benefícios não ficam restritos ao meio ambiente.

Empresas do setor também reduzem gastos, recebem incentivos fiscais e atendem a uma demanda que é cada vez mais comum entre os clientes finais.

Para colocar em prática, construtoras podem investir no green building, que consiste em usar processos focados em sustentabilidade, desde o planejamento até a eventual demolição de uma obra.

A ideia é impactar minimamente a natureza, economizando recursos como água e luz, além de usar materiais sustentáveis.

O gerenciamento adequado dos resíduos também é essencial, assim como obter certificações e seguir as normas reguladoras.

4. Não aproveitar as novas tecnologias

A construção civil não é conhecida por ser um setor inovador, que adota facilmente as novas tecnologias, ainda que empresas do segmento concordem que adotar novas ferramentas pode ser benéfico.

A verdade é que hoje há no mercado um sem-fim de possibilidades para empresas de construção civil. Isso vai desde os softwares que já mencionamos até as inovações, como realidade aumentada e virtual, impressões 3D, internet das coisas, uso de robôs e de drones.

Muitas dessas tecnologias podem ser usadas para superar os desafios que essa indústria enfrenta, muitos dos quais mencionamos neste artigo.

Com um software de construção civil, por exemplo, é possível planejar os projetos e se comunicar melhor com os colaboradores, melhorando a produtividade.

Drones podem ser usados para monitorar os trabalhadores e contribuir com a segurança deles, enquanto robôs permitem liberar os colaboradores de tarefas exaustivas ou repetitivas, além de mantê-los fora das áreas menos seguras das obras.

Esses são só alguns exemplos, mas, de modo geral, pode-se dizer que estamos chegando a um ponto em que fica difícil ignorar o uso da tecnologia, mesmo para uma indústria resistente como a construção civil.

Em um mercado competitivo, inovar pode ser um diferencial para se manter relevante no segmento.

Empresas que adotarem primeiro essas novas tecnologias terão uma vantagem competitiva em relação àquelas que não o fizerem.

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