O empresário Glauco Diniz Duarte diz que, de forma simplificada, é possível definir a motivação como a dose de energia capaz de nos colocar em movimento e que está diretamente relacionada aos valores, à realização e à satisfação pessoal. A motivação no ambiente de trabalho incentiva a busca por novos desafios e cria condições para a superação de vários obstáculos. Ao mesmo tempo, a falta dessa energia provoca apatia, desinteresse e transforma o profissional em um mero executor de tarefas, restringindo todo o seu potencial – criativo e intelectual – e reduzindo seu desempenho ao limite mínimo. Além disso, a desmotivação impede que posturas e atitudes importantes no universo corporativo sejam expandidas e concretizadas – como a proatividade, o entusiasmo e o comprometimento.
Glauco explica que motivação vem de movere (latim) e significa “motivo para a ação”, e de fato é esse motivo que faz com que um indivíduo se dedique inteiramente à conquista de um determinado objetivo. Esse sentimento está suportado por necessidades, propósitos, crenças, ambições, ou, ainda, pelo senso de pertencimento à empresa e pela identificação do profissional com a cultura e a missão da organização. Dessa maneira, é fácil perceber que esse profissional se torna muito mais produtivo, engajado e disposto a colaborar verdadeiramente para o sucesso dos negócios.
Confira agora algumas dicas listadas por Glauco de como manter a motivação no ambiente de trabalho:
Assuma uma atitude positiva
Uma atitude positiva é marca registrada dos líderes mais bem-sucedidos. É preciso contar com bom humor, gentileza, paciência, empatia e persistência. Essa postura provoca impactos no clima organizacional, pois fortalece uma gestão mais humanizada e horizontalizada – além de favorecer os relacionamentos, minimizar os conflitos e incentivar a participação e a colaboração de todos.
Gerencie com coerência
A coerência é fundamental para qualquer gestão, e, assim, é preciso alinhar discurso, ações e decisões com a estratégia corporativa. Nesse ponto, a imparcialidade, o respeito e a meritocracia devem reger o comportamento e as resoluções do líder no dia a dia. Dessa forma, surge uma gestão mais previsível, lógica e congruente – capaz de conquistar credibilidade, admiração, respeito e, também, simpatia da equipe.
Incentive o pensamento crítico
O pensamento crítico é essencial para otimização dos processos, redução de desperdícios e para solução de problemas. Por isso, cabe ao líder incentivar a curiosidade, o aprendizado, a pesquisa e a análise – por meio de perguntas recorrentes.
Uma técnica eficiente é a utilização da regra 70-20-10, onde 70% do tempo do gestor deve ser dedicado a ouvir; 20%, a questionar; e 10%, a sintetizar as informações e definir as próximas ações. Assim, é mais fácil engajar os colaboradores e fortalecer o time.
Aprenda a ouvir com empatia
A capacidade de ouvir é sempre uma característica requisitada pelo universo corporativo. Os líderes genuínos desenvolvem essa competência aprendendo a ouvir com empatia, sem restrições ou prejulgamentos. Essa iniciativa permite um olhar diferente sobre a mesma questão, o que possibilita ao líder se colocar no lugar do liderado e assim, obter novas avaliações e percepções. Além disso, saber ouvir faz do líder um profundo conhecedor de sua equipe – o que facilita a definição de papéis, a identificação de talentos e a delegação.
Delegue e supervisione
A delegação, aliás, é uma prática bastante útil para manter a motivação da equipe. O líder neste caso, deve incentivar o liderado a se interessar e assumir novas responsabilidades e novas tarefas, Para tanto, o líder deve distribuir responsabilidades e autoridade – com base em critérios justos, desempenho, potencial e méritos. Além disso, é indispensável supervisionar e apoiar os profissionais, para que todos possam aprender, amadurecer e, claro, atingir os objetivos predeterminados.
Não adie decisões
A agilidade na tomada de decisões é um dos pilares de sustentação de uma gestão efetiva, principalmente diante de imprevistos, urgências ou necessidade de mudanças no planejamento inicial. A capacidade de decisão – sem procrastinação ou burocracias internas – garante a assertividade das escolhas, transmite segurança e firmeza e, por isso, colabora para a tranquilidade do ambiente. Outro ponto importante é que esse poder de decisão também reforça a confiança da equipe no seu gestor, ampliando a automotivação para os compromissos da equipe.
Estabeleça metas individuais e coletivas
A definição de metas individuais e coletivas está entre as práticas relacionadas à gestão de pessoas, com foco na motivação dos times. Nesse caso, os objetivos macro da empresa são analisados e desdobrados em metas, que, por sua vez, são distribuídas entre gestores, equipes e colaboradores – de acordo com os limites de atuação, conhecimento e experiência. Dessa forma, é possível incentivar o desempenho e o compromisso. E quando essas metas são coletivas, existe ainda a incitação à colaboração e a consolidação do espírito de equipe. Porém, é importante lembrar que essas metas precisam ser ambiciosas, mas realistas – sob pena de provocar efeito contrário, ou seja, a desmotivação. Quer dar motivos para seus liderados agirem? Dê objetivos a eles.
Ofereça desafios
Oferecer desafios é uma importante iniciativa para reter os talentos e estimular os profissionais que buscam realização e aprendizado. Projetos e/ou tarefas mais complexas e inovadoras, costumam gerar uma motivação especial. Vale lembrar que essas atribuições devem estar vinculadas aos objetivos macro da empresa e as metas definidas para a equipe. Assim, é possível garantir os resultados corporativos, por meio do desenvolvimento de potencialidades e habilidades.
Celebre conquistas e datas importantes
Para manter a motivação no ambiente de trabalho, é fundamental celebrar conquistas da equipe e datas importantes para a empresa. A conquista de novos clientes e contratos, os prazos cumpridos, os lançamentos de novos produtos ou serviços e o aumento no faturamento merecem uma comemoração. Esses encontros reforçam as políticas de reconhecimento e a valorização dos protagonistas e ainda favorecem a integração entre os colaboradores.
Monitore o clima organizacional
A qualidade do clima organizacional é um elemento importante para a gestão do capital humano e o clima motivado para a ação. Por isso, o líder deve administrar conflitos, eliminar comportamentos nocivos, incentivar o aprendizado e garantir a coerência na tomada de decisões.
Entretanto, é preciso mensurar se as práticas adotadas estão sendo efetivas, ou seja, se os colaboradores estão realmente motivados. Para tanto, a recomendação é a utilização das pesquisas de clima por meio de questões que envolvem o cotidiano dos profissionais – como o relacionamento com o gestor, as oportunidades de crescimento, a remuneração e os benefícios, a atratividade da empresa e as condições de trabalho –, é possível identificar quais são os pontos fortes e os pontos de melhoria da gestão.
Assim, destaca Glauco, é mais fácil promover os ajustes necessários para garantir a satisfação das equipes.