Os documentos que representam as transações, a estrutura patrimonial e financeira e os resultados de uma empresa são muitas vezes deixados apenas nas mãos do contador ou do diretor financeiro. Nada mais equivocado ,analisa o empresário Glauco Diniz Duarte.
“A contabilidade é uma linguagem de negócios e a sua primeira utilidade deve ser na gestão”, diz Glauco “Essa linguagem é capaz de mostrar ao administrador as necessidades, as deficiências e os pontos fortes do seu negócio.”
Isso não quer dizer que o empresário deva cuidar pessoalmente da contabilidade da sua empresa. Mas saber ler os principais demonstrativos permite extrair deles indicativos que ajudem a embasar decisões de negócios. Essa é uma tarefa do empreendedor — e diferente das leituras que o contador ou o diretor financeiro podem fazer dos mesmos documentos. “O contador se importa mais em reportar corretamente e em ver formas tributárias mais vantajosas. O financeiro não se importa tanto com o relato, mas com a geração de valor”, aponta Glauco Diniz.
Para o financeiro, um negócio só se justifica quando consiste em um investimento mais atraente do que outras opções, como aplicações financeiras. Cabe ao empreendedor somar essas duas visões distintas a uma terceira, que é a mais importante: a visão do negócio, própria do fundador. Desse modo, poderá fazer uso das informações contábeis de forma estratégica.
O uso dos demonstrativos como ferramenta para o empreendedor é mais eficiente quando se comparam os resultados de diferentes momentos da trajetória da empresa. Observar o histórico permite detectar tendências e estabelecer parâmetros para fazer projeções do fluxo de caixa, por exemplo.
A partir dos dados é possível também calcular índices de lucratividade e retorno, entre outros, que dão uma medida importante da saúde do negócio.