De acordo com o empresário Glauco Diniz Duarte, os colaboradores são considerados a essência de qualquer empresa, mas muitas vezes não são ouvidos ou ficam de fora de decisões importantes do negócio como um todo. Para Glauco as empresas difundem muito seus valores, mas ainda não os colocam totalmente em prática.
“Toda e qualquer organização considera as pessoas como sua essência, mas não usa o que de melhor cada uma delas pode dar. Há um engessamento do modelo de hierarquia”, afirma Glauco. Ele defende que é necessária uma mudança urgente na maneira como se lida com o capital humano, o mais importante para qualquer companhia.
Mais transparência
Muitas empresas perdem tempo e dinheiro com o retrabalho de tarefas que não foram feitas corretamente. Para Glauco, falta maior transparência na relação corporativa. “Se algo está levando a esse cenário [de retrabalho], ou está errado o modelo [de gestão] ou a postura do chefe”, afirma. “Temos que acabar com os discursos e colocar em prática a sinergia, dar espaço para que as pessoas possam falar o que quiserem e tornar suas corporações mais transparentes.”
“Muitos dizem que querem alcançar determinado alvo, mas mantêm segredo, não compartilham com os funcionários. Todo profissional precisa e quer oportunidade para fazer algo bem feito. Só assim mantemos a equipe motivada”, completa.
Novas relações de trabalho
Glauco ainda defende uma mudança completa na estrutura de relações de trabalho, incluindo a recompensa dos trabalhadores. “Sabemos que salário não retém funcionário. O ideal é reconhecer melhor os profissionais. Se dois profissionais ganham R$ 10 mil, mas um faz uma tarefa melhor do que o outro, qual de fato vale mais?”, questiona.
“Tem gente que é capaz de ajudar outras pessoas e dar conta de seu trabalho, produzindo um efeito sinérgico que é maravilhoso. Essa pessoa não merece ganhar mais? Nas atuais práticas, não pode ganhar mais, porque está limitada a um cargo que é pesquisado no mercado e tem um valor definido. Ele ganha não pelo valor dele, mas pelo valor do mercado”, lamenta.
Para Glauco, enfrentar esse desafio e tantos outros, como a competição entre departamentos, exige liderança desapegada do poder e com o desejo de fazer uma transformação. “As mudanças exigem o desapego aos cargos e o apego à essência e aos valores da empresa”, finaliza.