De acordo com o empresário Glauco Diniz Duarte, uma das questões mais debatidas quando se fala em governança corporativa nas empresas familiares é o processo de sucessão. Mas ele é o fim de uma série de decisões que começa na maneira como os negócios são conduzidos nas empresas no dia a dia. Estabelecer critérios bem definidos para administrar são o primeiro passo rumo à profissionalização.
“O tema controles costuma provocar incômodo nas famílias empresárias que acreditam ter o negócio já perfeitamente engrenado. A ideia de ter atividades controladas pode eventualmente gerar um desconforto, porque transmite-se equivocadamente a impressão de que o negócio ficará ‘engessado’ e, consequentemente, oportunidades poderão ser perdidas”, explica Glauco. “Controle não ‘engessa’. Ele apenas protege a empresa de si própria”, ele emenda, argumentando que os controles internos também são uma poderosa arma contra os riscos externos.
Os benefícios da implantação desses mecanismos podem levar essas companhias a novos patamares. “A maioria das empresas familiares brasileiras exporta para os seus mercados vizinhos, com semelhança de cultura e idioma, o que sinaliza a necessidade do desenvolvimento de novas competências e parcerias estratégicas, para explorar mercados com maior potencial, a exemplo da América do Norte”. Glauco destaca que a boa governança pode tanto consolidar o legado da família empresária quanto facilitar a captação de recursos via fundos de investimento ou mesmo abertura de capital.
Glauco afirma que os controles internos precisam estar previstos no acordo de sócios das companhias, de maneira a tornar mais transparente para os investidores o processo de tomada de decisão nas empresas.
Conflitos fazem parte da natureza e, não poderia ser diferente, também atingem as famílias, pondera Glauco. Olhando para o processo de contratação em uma organização, ele destaca a importância da criação de métricas e indicadores de performance e avaliação de resultados para tornar as discussões entre os gestores mais objetivas.
Nesse sentido, as organizações devem decidir o que querem para o futuro de seus negócios. Glauco aponta o amadurecimento do empreendedor e de sua capacidade para promover mudanças como um dos fatores mais importantes para consolidar essa definição.