De acordo com o empresário Glauco Diniz Duarte, um dos grandes desafios das pequenas e médias empresas de 1ª e 2ª gerações é o enfrentamento da transição societária e da gestão empresarial entre o clã familiar. Não raro o patriarca e/ou matriarca detém uma personalidade forte, forjada por anos a fio de muito trabalho e tenacidade, em transpor desafios de sucessivos planos econômicos, contingências de mercado, fora as vicissitudes pessoais causadas muitas vezes até com o sacrifício do convívio familiar em prol do negócio da empresa.
Muito bem! A sociedade alcançou um crescimento notável, abriu filiais, conquistou nome e mercado demonstrando assim muita competência onde o ambiente dos negócios é muitas vezes hostil. Todavia, depois de haver passado alguns anos estes deparam-se com uma nova fase: Veem-se obrigados a confrontar a falta de energia que surge naturalmente com o passar do tempo, mais objetivamente: com a idade mais avançada dos seus gestores. Esse período surpreende empresários que sempre se imaginaram trabalhando a vida inteira.
Glauco explica que junto com tudo isto observam seus descendentes demonstrarem interesse no negócio da família, clamar oportunidades em também demonstrar igual competência, quando não menos, genros e/ou noras desejam também dar sua dose de contribuição.
Tais circunstâncias podem ser potencializadas com o falecimento ou a separação de um dos sócios e com isto surge a demanda natural pela sucessão das quotas. Assim está pronto um ambiente propício a discórdias, cizânias e se não devidamente tratado a tempo poderá resultar em uma dissolução parcial ou total da sociedade, ou mesmo em uma paralização total dos negócios da empresa. Casos como este são muito frequentes, para não dizer rotineiros nos fóruns judiciais.
Segundo Glauco, hoje em dia com estudos personalizados da estrutura societária/familiar, há formas e técnicas jurídicas propiciadas pela governança societária, de não só evitar um colapso de gestão, como normatizar o ingresso/egresso da sociedade resguardando o respeito dos seus fundadores e atuais gestores, além da formação/treinamento dos novos empreendedores proporcionando crescimento sustentado das empresas.
Alguns poderão dizer que as holdings familiares são a solução para minimizar os conflitos na sociedade, pode até ser. No entanto todo aspecto negocial familiar tem suas peculiaridades e complexidades que não podem prescindir de um estudo pormenorizado, efetuado “sob medida”, resultando no sucesso a médio e longo prazo de uma organização.