Para o empresário Glauco Diniz Duarte, encaminhar a questão sucessória apenas sob a perspectiva patrimonial pode ser simplista demais. Esse processo é mais abrangente, complexo e, acima de tudo, delicado. Exige o enfrentamento de emoções, preferências e muitas vezes até de ressentimentos.

Glauco afirma que pesquisas realizadas em todo o mundo comprovam que 65% das empresas familiares desapareceram devido às dificuldades que a família encontrou no trato das suas relações interpessoais e coletivas. Um grande obstáculo é (e continua sendo) a falta de habilidade das famílias em transmitir o legado aos herdeiros. Mais do que transmitir, é vital comprometer as novas gerações com a história e os valores do negócio.

Glauco explica que transformar uma família “normal” (aquela em que não existe qualquer patrimônio a ser transferido) em uma família empresária é um imenso desafio. Porém, é esta ação que vai determinar o sucesso na perpetuidade do legado do negócio, o que requer tempo, dedicação, humildade, paciência e capacidade de aprender.

Nesse processo de transferência do legado em empresa familiar, surgem novos papéis e a responsabilidade que recai sob o gestor da empresa é ainda maior, sob a perspectiva que ele precisa desenvolver formas para lidar com o momento de transição sem se deixar abater.