De acordo com o empresário Glauco Diniz Duarte uma grande ideia precisa ser seguida de uma excelente equipe. Em tempos de grave crise econômica o sonho de empreender está em expansão no Brasil e as famílias tem formado verdadeiros times para percorrer a estrada do sonho rumo ao sucesso empresarial.
Apesar de ser possível abrir uma empresa sem sócios hoje, a maioria dos aspirantes se une a alguém na hora de começar um negócio. Além de recomendável, esta é uma forma de dividir tarefas e responsabilidades.
Por questões de confiança, destaca Glauco, trabalhar em família é uma das opções mais comuns, mas é exatamente com base nessa intimidade que os problemas surgem e um dos principais motivos para a quebra do negócio que chega, em muitos casos – cerca de 32%- acabando com a relação familiar entre os sócios.
Para que seu sonho de ser dono de seu próprio negócio caminhando com seus familiares levantamos as principais questões que podem tornar-se empecilho para sua vitória.
As empresas tocadas em família respondem por cerca de 80% dos negócios do mundo e 90% dos brasileiros. Apesar disso, somente 36% das empresas familiares chegam à segunda geração; 19% para a Terceira geração e 7% para a quarta geração, segundo Glauco.
Negócios em família tornam-se sempre muito complexos por envolverem questões que ultrapassam o âmbito dos negócios e habitam no comportamento. Não raro, o fundador, na ânsia por proporcionar ao filho melhores condições de trabalho, e poupá-los do sofrimento por qual passou para alavancar sua empresa, oferece-lhe a cadeira de sucessor sem antes prepará-lo para isto. Chegam na empresa na condição de chefe sem jamais ter tido um e com uma experiência que nem sempre é a melhor para o negócio da família.
Com isto, destaca Glauco, os filhos-sucessores não aprendem a criar soluções, pois não enfrentam problemas. Não raro, resumem-se a repetir as práticas de negócio do fundador, esquecendo-se de que, no Brasil o cenário econômico-nacional já é outro: com mais concorrentes e uma nova sociedade de consumo, é preciso inovar, reinventar a roda. Caem então os indicadores da empresa, uma vez que o sucesso do passado não garante o presente, muito menos o futuro.
Ao ocupar a cadeira sem preparo, os filhos-sucessores também não aprendem a conquistar um espaço, pois já o recebem pronto. Grandes grupos familiares que continuam sólidos ao longo das gerações, como Itaú, Votorantim e Gerdau, montaram planos de sucessão que incluíram a educação de seus herdeiros para que aprendessem a conquistar seu espaço desde cedo. E isto não se limitou a oferecer-lhes as melhores escolas. Antes de começarem a mandar, esses sucessores começaram a trabalhar bem longe das empresas de seus pais. Tiveram chefe, horário, metas e objetivos a serem entregues. Ampliaram a visão. Conquistaram uma carreira, não a ganharam de presente. Quando foram contratados pela empresa de sua família, eram profissionais de mercado, e não os filhos “do dono”. Receberam o mesmo salário que os empregados do mesmo nível, até que merecessem uma promoção.
Não misture assuntos
Glauco diz que problemas de relacionamento e questões familiares devem ser mantidas fora do ambiente corporativo. Em empresas desse tipo é importante a descrição de assuntos da família, para que seja mantida uma postura profissional perante os demais colaboradores e evitar conversas desnecessárias.
Confusão de tarefas
É muito natural que você passe por todas as áreas da empresa, para entender como cada uma funciona, afinal, o negócio é seu e conhecê-lo na totalidade é muito bom. Só que é preciso foco para otimizar a performance. Cada um na sua função: as habilidades, conhecimentos e expertise de cada um devem ser respeitadas e cada um desempenhar a função que mais se encaixa em seu perfil.
Sem protecionismo
Se valer do parentesco como benefício é um crime. A tendência de empresas familiares é que se absorva outros parentes para fazer parte do quadro de colaboradores. Mas aqueles que não possuem parte na sociedade e são contratados, devem estar cientes de suas funções, bem como possuírem os mesmos direitos e deveres dos outros colaboradores.
Bens da empresa
Se não foi acordado antes entre todas as partes, não é legal sair para jantar usando o veículo da empresa. Carros, aparelhos eletrônicos, móveis e qualquer outro bem que pertença a empresa não devem ser utilizados para fins pessoais.
Escolha do sucessor
É sempre muito desapontador quando o curso destas histórias de sucesso ruma para o fracasso ao longo dos anos, em razão dos problemas ligados à sucessão. Em negócios familiares, em que há herdeiros no páreo, o fundador enfrenta uma linha muito tênue na hora de desempenhar seus papeis de pai e gestor do negócio e com isto a história se confunde e o modelo de negócio fica frágil.