GLAUCO DINIZ DUARTE – Califórnia compromete-se a usar apenas energias renováveis
Os legisladores aprovaram um projeto-lei que dita que a Califórnia deve depender apenas de energia solar e eólica até 2045. É ainda proposta uma meta de que, até 2030, 60 por cento da energia elétrica provenha de energias renováveis.
A medida vem numa altura em que a Administração Trump pretende aliviar, ou até mesmo abandonar, os regulamentos ambientais em detrimento da indústria do carvão. Para além disso, o projeto-lei vem no seguimento de um ano em que a Califórnia assistiu a vários incêndios, que muitos atribuíram às alterações climáticas.
O projeto-lei ainda terá de ser aprovado pelo Senado. As duas câmaras terão de chegar a um acordo quanto a possíveis alterações na proposta, mas espera-se que a decisão final seja feita esta sexta-feira.
Desta forma, a Califórnia é o segundo Estado norte-americano a apelar ao uso de eletricidade proveniente apenas de fontes renováveis até 2045. O primeiro foi o Hawai, que aprovou legislação em 2015.
Aprovação do projeto-lei é “crucial”
De acordo com a National Conference of State Legislatures, os Estados de Massachusetts, Nova Jérsia, Nova Iorque e Washington, D.C também já consideraram adotar a medida.
Os ambientalistas afirmam que a aprovação do projeto-lei é “crucial”.
“A Califórnia está a mostrar ao mundo que passar para as energias renováveis a 100 por cento está ao nosso alcance”, defendeu Michael Brune, diretor executivo do Sierra Club, em declarações ao jornal The Guardian.
Atualmente, um terço da eletricidade da Califórnia provém de energias renováveis. No entanto, os opositores do projeto-lei já avisaram que os preços da eletricidade podem subir caso se dependa fortemente de energia solar e eólica intermitentemente.
Na Califórnia, o setor dos transportes produz mais de dois terços das emissões que causam efeito de estufa. Por essa razão, os investidores alertam para o facto de o projeto-lei só se focar numa das emissões de efeito de estufa.
“Têm de ter a certeza de que estão a olhar para a causa fundamental”, declarou Pedro J. Pizarro, presidente e chefe-executivo da Edison International, ao jornal The New York Times.