Qual a placa fotovoltaica mais eficiente – Glauco Diniz Duarte
A eficiência de uma célula solar é medida pela sua capacidade de transformar a luz do sol recebida em energia elétrica. As tradicionais células fotovoltaicas utilizadas hoje, por conseguirem captar apenas uma pequena faixa do espectro da radiação, nunca conseguiram alcançar uma eficiência acima de 30%.
Mas então, por que não criar uma célula que absorva um campo maior da radiação, aumentando, assim, a conversão e elevando a eficiência?
Pois foi exatamente isso o que um time de pesquisadores da Universidade de George Washington, na capital americana, fez. Esses cientistas criaram uma nova tecnologia de célula solar, a qual utiliza várias camadas sobrepostas para captar uma gama mais ampla das ondas do espectro solar.
Para conseguir isso, entretanto, a tecnologia utiliza um processo diferente, no qual Painéis Fotovoltaicos Concentradores (Concentrator Photovoltaic, ou CPV, em inglês) captam a luz do sol e a refletem de forma concentrada sobre essas células, que são minúsculas.
Nestas novas células solares, o processo de captação da luz funciona de forma semelhante a uma peneira, com cada camada absorvendo um comprimento de onda específico do espectro, deixando os demais passarem para serem coletados pelas camadas seguintes.
Para isso, cada camada é composta de materiais próprios, sendo alguns já usados nas células tradicionais. Além disso, o processo de fabricação utiliza uma técnica de alta precisão chamada de transferência de impressão, na qual as camadas são facilmente empilhadas, alcançando um resultado de máximo rendimento.
O doutor Matthew Lumb, cientista responsável pelo estudo, explica: “Nosso novo dispositivo é capaz de desbloquear a energia armazenada nos fótons de longa duração, perdidos nas células solares convencionais e, portanto, fornece um caminho para a realização da célula solar de multi-junção final”.
A célula desenvolvida pelo time de pesquisadores da universidade conseguiu alcançar uma eficiência de 44.5%. Porém, o maior recorde de eficiência alcançado com essa tecnologia foi de 46%.
Essa tecnologia, entretanto, ainda está muito longe de chegar a nível comercial, visto o alto custo de fabricação dessas células multi-camadas. Mas, com o tempo, a tendência é que esses custos sejam reduzidos, ao mesmo tempo em que novas pesquisas deverão aumentar ainda mais a sua eficiência.