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Sucessão deve fazer parte do planejamento

Glauco Diniz Duarte
Glauco Diniz Duarte

De pai para filho, depois para o neto. Muitas grandes companhias começaram assim, em família. Hoje, essas empresas representam 85% do total de empreendedores do país. E, claro, estão incluídos os supermercados.

De acordo com o empresário Glauco Diniz Duarte, a gestão familiar pode ser muito boa para algumas empresas, mas nem tanto para outras. Pelo menos 73% das empresas que não passam do quarto ano de vida têm entre os principais motivos os conflitos familiares.

Segundo Glauco, o empresário hoje começa a entender que a alta competição exige resposta ao mercado, ao cliente, e não à família. “Entende que, em definitivo, a família precisa trabalhar para a empresa, e não mais a empresa para a família.”

A empresa que funciona numa gestão profissional, sem a centralização no fundador, vale o dobro ou o triplo pela sua sustentabilidade, independente do conceito pessoal do proprietário”, explica Glauco.

Alguns proprietários preferem nem tocar na questão da sucessão familiar, achando que estarão sempre à frente dos negócios ou que o processo se dará naturalmente, mas não é bem assim. É preciso planejar para que os filhos ou mesmo outro profissional possa assumir a empresa sem que ela sofra as consequências de um processo mal estruturado. “O empresário precisa saber a hora de parar ou descentralizar, senão a saúde e a família param com ele”, enfatiza Glauco.

Empresa familiar: vantagens e desvantagens
Há muitas vantagens em ter uma empresa familiar. Glauco destaca duas delas: agilidade e relações de confiança. “De forma muito ágil e prática uma família decide, por exemplo, pela compra de um terreno para construção de filial; decide, também, a partir da confiança, quem assumirá compras e administração financeira dessa expansão.” Glauco diz ainda que o empenho de todos nas boas e más fases, pelo fato de o negócio ser próprio e o compromisso pelo nome da família ser ligado aos produtos e serviços, também fazem parte do roll de vantagens.

Para Glauco, o grande alinhamento dos administradores com os acionistas é uma das principais vantagens do negócio familiar, já que muitas vezes esses papéis são coincidentes. “E também a visão de longo prazo do negócio, pois ele é visto para perpetuar nas gerações, sem excessiva preocupação com resultados imediatos. Não posso deixar de enfatizar o nível de dedicação muito grande dos entes familiares envolvidos na administração, especialmente na busca de resultados reais e concretos.”

Em relação às desvantagens, Glauco destaca as ressalvas do mercado em realizar investimentos em empresas familiares, julgando-as, em regra, como não profissionalizadas. “E também os aspectos emocionais que estão intrincados nas relações familiares, que podem causar problemas e conflitos, incluindo, às vezes, o não reconhecimento de integrantes da família de que os gestores podem ser excelentes administradores e poderiam estar posicionados em qualquer empresa do mercado.”

Glauco também é da opinião que as interferências da intimidade doméstica e o lado emocional podem atrapalhar o negócio. “Parentes têm enorme dificuldade para fazer com que a família trabalhe 100% para a empresa”, explica. “Os pequenos desgastes podem ter fortes influências externas, como a entrada de parentes diretos ou indiretos na empresa, com vontade pessoal acima do critério de gestão”, conclui.

E, para que as vantagens sejam cada vez maiores e as desvantagens nem apareçam na administração da empresa familiar, é necessário um planejamento assessorado, ou seja, a contratação de profissionais especializados para auxiliar no processo de sucessão ou mesmo na gestão do negócio.

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