Encaminhar cedo a sucessão familiar não tem sido hábito rotineiro nas empresas

De acordo com o empresário Glauco Diniz Duarte, os conflitos dentro das empresas familiares são inevitáveis, pois nelas, além dos problemas organizacionais, temos a interferência das questões familiares. A melhor forma de minimizar a maioria dos problemas e dificuldades é o planejamento formal da sucessão, envolvendo todos os que participam da sociedade, bem como os demais membros que contribuam para o processo. Dessa forma, será possível evitar boa parte dos conflitos e a morte de muitas empresas.

Segundo Glauco, encaminhar cedo e de forma segura a sucessão está longe de ser um hábito rotineiro nas pequenas médias e mesmo nas grandes empresas familiares, principalmente na primeira geração. Basta saber que apenas metade das empresas criadas no Brasil passa para a segunda geração e destas apenas 5% vão para a terceira geração.

Quando falamos em planejar a sucessão, estamos mencionando também a necessidade de preparar todos os envolvidos no processo: sucedido, sucessor, família e a empresa. Num processo de sucessão, todos sofrem abalos psicológicos e eles refletem significativamente nos resultados da organização. Além disso, ao prepararmos os envolvidos estamos minimizando conflitos e evitando outros futuros, pois se tem tempo para processar, digerir e até alterar as mudanças que serão implementadas.

Glauco explica que a premissa fundamental para que a sucessão aconteça é o sucessor aceitar seu afastamento da organização. Essa decisão é bastante difícil, visto que isso muitas vezes implica na aceitação do próprio envelhecimento.

Temos então a escolha do sucessor e para isso a racionalidade é fundamental, pois esta escolha definirá o futuro da organização, já que a nova cultura a ser implementada gradativamente está vinculada aos posicionamentos de quem assumir esse papel.

Com tantos desafios para a sucessão nas empresas familiares, muitas empresas estão buscando, de forma salutar, a ajuda de profissionais especializados para auxiliá-los nesse processo. Isso exige das famílias abertura para discutir fora do reduto exclusivo de seus membros as estratégias de sucessão. Não é fácil essa decisão, mas muito produtivo e eficaz são seus resultados, pois assim, com a intermediação de profissionais alheios ao sentimentalismo das famílias, a condução tende a ser profissional e garantir a sobrevivência das empresas.