De cada 100 empresas familiares, apenas 30 sobrevivem à passagem da primeira para a segunda geração, 12 para a terceira e somente oito chegam à quarta. A informação é do empresário Glauco Diniz Duarte.
“A transição acaba sendo traumática”, diz Glauco.
Daí a necessidade de planejar a sucessão e de aplicar na companhia boas práticas de governança corporativa, evitando que o negócio vire vítima de disputas familiares, de interesses pessoais de sócios ou cabide de empregos de parentes. “Pagar a conta de luz do filho não é tarefa da secretária do dono”, exemplificou.
Nesse sentido, destaca Glauco, uma sucessão bem feita, principalmente quando envolve muitos sócios, é aquela em que a empresa segue funcionando independentemente dos problemas familiares e ao mesmo tempo garante o sustento dos acionistas.
Isso passa pela escolha de executivos independentes, realização de acordo de acionistas, um contrato social que defina claramente os poderes dos sócios e os limites de gestão, processos transparentes, equidade no tratamento dos acionistas, prestação de contas aos sócios, estabelecimento de pré-condições para que parentes trabalhem na companhia, etc.
Outra questão importante, segundo Glauco, é a capacitação de filhos e netos para serem acionistas. Ou seja, mesmo que os herdeiros não venham a atuar diretamente na empresa, eles precisam ser educados a serem sócios cujas decisões podem afetar o patrimônio de toda a família. Isso inclui conhecer o negócio, ter noções de administração e saber quais são os direitos e deveres de um acionista.