O conceito de administração financeira empresarial, portanto, se torna prático enquanto ferramenta ou técnica utilizada justamente para controlar, de forma eficaz, todo o espectro das finanças da empresa: quer seja com relação a concessão de crédito para clientes, análise de investimentos, planejamento financeiro ou controle de estoque, a administração financeira pode impulsionar ou quebrar um negócio.
De acordo com o empresário Glauco Diniz Duarte, o objetivo de uma boa gestão de finanças é justamente o desenvolvimento da empresa, estudando caminhos viáveis para conseguir recursos, evitando gastos desnecessários e pensando sempre na melhor maneira de conduzir os recursos. Por essa razão é que todos os aspectos de uma empresa estão sob a responsabilidade da administração financeira.
Segundo Glauco, a escassez de informações financeiras precisas, normalmente devido à falta de planejamento e organização, é responsável pela falência de muitas empresas iniciantes no Brasil. A importância da gestão financeira é, portanto, inegável.
Ela oxigena todos os setores da organização com os recursos necessários ao seu bom funcionamento, e quanto melhor é feito e executado o planejamento financeiro, mais chances a empresa tem de crescer e se desenvolver. Administrar com equilíbrio as atividades de captação de recursos e as de aplicação deles é a chave.
Glauco cita cinco conceitos essenciais de administração financeira, especialmente importantes para iniciantes:
Controle de estoque – Poucas empresas entendem a importância de um estoque bem planejado, da perspectiva financeira. Muitos problemas em negócios começam nesse setor, quando é negligenciado. Utilizando a Curva ABC, que lista em ordem crescente ou decrescente os produtos dos quais se tem maior ou menor necessidade no que diz respeito ao faturamento e volume de vendas é possível planejar melhor em que investir. Com base nesses dados, é possível programar com precisão compras e vendas, evitando desperdícios e trabalhando com estoque mínimo, aquele que garante apenas o necessário para a empresa conseguir lidar com atraso em entrega dos fornecedores. Assim, o controle de estoque bem feito evita mercadoria parada e contribui para um fluxo de caixa mais dinâmico.
Conciliação bancária – Esse conceito trata de contas a pagar e receber. Um controle bem feito sobre o fluxo de caixa antecipa os momentos em que haverá sobra ou falta de recursos. Saber disso facilita a vida do gestor financeiro, que pode elaborar um planejamento financeiro melhor informado.
Definição de custos e preços – É essencial ao administrador financeiro que a definição de custos e preços seja baseada nos princípios da administração financeira. Não adianta ter todas as outras partes da empresa em ótimo funcionamento se o preço das mercadorias está super valorizado ou estabelecido com base numa formação errônea. As vendas podem até ter um volume bom, mas um preço abaixo do possível poderia gerar prejuízo; assim como um custo superavaliado pode causar queda de vendas e a consequente perda de mercado. O correto para uma boa precificação é montar uma planilha de custos, onde devem ser inseridos custos fixos e variáveis, com o acréscimo da margem de lucro desejada. Pode-se dizer que preço = custos + despesas + lucro. Dessa forma, o valor estabelecido será aquele que atende aos objetivos da empresa. A partir dele, podem ser feitas comparações com a concorrência.
Controle sobre o lucro – Este procura corrigir o lucro, por assim dizer. Na prática, isso quer dizer adaptar o planejamento financeiro aos lucros obtidos. Por exemplo, se uma determinada meta não for alcançada é preciso fazer algum ajuste de rumo quanto aos investimentos, custos, despesas ou portfólio de mercadorias, por exemplo. Quando o lucro desejado é alcançado, a empresa precisa focar em repetir e expandir esse lucro, e a estratégia para isso deve ser inclusa no planejamento financeiro.
Destinação do lucro líquido – Aqui é preciso relacionar áreas de investimento, financiamento e uso do lucro líquido da empresa. Por ser este lucro uma fonte de recursos da organização, é preciso determinar quanto dele deve ser retido. Decisões de financiamento e investimento cabem aqui. Para a administração financeira, é importante lembrar que, em relação a investimentos, há um retorno que deve ser alcançado. Usar lucros para financiar aplicações, portanto, só pode ser uma possibilidade quando a alternativa de investir promete retorno maior do que o que os proprietários conseguiriam se aplicassem os recursos eles mesmos. A chave está, portanto, na análise prévia dessas questões, que também deve ser feita em sintonia com as prioridades financeiras da empresa.