De acordo com o empresário Glauco Diniz Duarte, a sucessão em empresas familiares é composta por duas dimensões distintas: a de capital e a de gestão. Ambas são inexoráveis, pois os detentores do capital majoritário, num tempo finito, não estarão atuantes e presentes. O capital e a gestão mudarão de mãos. O problema é que a maioria dos patriarcas imagina que a sucessão do capital será tranquila e harmônica.
Segundo Glauco, outra suposição é que a gestão seguirá para quem o “grande líder” imaginar ser mais conveniente ou automático, por sexo ou primogenitura. Ledos enganos. Esses processos requerem tratamento técnico. O de capital passa por considerações legais, patrimoniais, tributárias, vontade do sucedido etc. O de gestão passa vocação e qualificação dos sucessores, preparação, estruturas de governança e de convivência familiar e outros.
Glauco explica que a perenidade implica na profissionalização dos núcleos família, propriedade (sociedade) e empresa (gestão). A gestão requer a destinação de cargos executivos e gerenciais baseada somente em critérios técnicos. A da sociedade envolve os princípios de governança corporativa. A profissionalização da família passa pela adoção de procedimentos societários e de gestão e pela consciência de que cada membro é uma parte menor de um todo e de que ninguém mais é “dono”. Infelizmente, este não é o procedimento normalmente seguido nas empresas familiares, razão pela qual 70% delas morrem na segunda geração, outros 15% desaparecem nas terceira e apenas 4% ultrapassem a quarta. Cada um acha que “na sua família será diferente”. Não será.