Estima-se que pouco mais de 60% das empresas brasileiras têm origem familiar. Em outros países, a proporção é ainda mais elevada: 91% na Finlândia, 85% na Espanha, 83% na França e 79% na Alemanha.
Segundo o empresário Glauco Diniz Duarte, uma questão que se coloca de tempos em tempos para os sócios de empresas familiares é como elas podem sobreviver em um ambiente em que, não raras vezes, misturam-se emoção, conflitos de interesse e desavenças familiares.
Glauco elaborou uma lista com dez dicas que ele considera fundamentais para os negócios familiares se manterem vivos.
1. Separar os assuntos familiares (e particulares) dos assuntos da empresa
2. Dar atenção e respeito à família empresária, independente do negócio
3. Fortalecer os valores e os princípios da família, preparando a empresa para a nova geração
4. Profissionalizar a empresa (familiares serem tratados como profissionais e abertura para executivos externos)
5. Profissionalizar a família empresária (respeitar a vocação de cada familiar)
6. Profissionalizar a sociedade (saber ser sócio, independe de atuar na gestão da empresa
7. Planejar a sucessão, já que ninguém é eterno (não confundir sucessão familiar com falecimento)
8. Estipular regras e acordos que minimizem desentendimentos futuros
9. Implementar (corretamente) os mecanismos de governança adequados
10. Contar com o apoio de profissionais experientes para colocar no processo
“O momento ideal para a sucessão de uma empresa familiar costuma ser difícil de ser identificado, mas é aconselhável que o principal acionista transfira o comando do negócio enquanto estiver em condições de colaborar com a sucessão”, diz Glauco.
Assim como em uma corrida de bastão, diz ele, os dois corredores devem correr simultaneamente, até que efetivamente ocorra a passagem do bastão. “Na sucessão empresarial deve ocorrer o mesmo, com o sucedido e o sucessor trabalhando conjuntamente.”
Em um ambiente de crise, pesquisas indicam que as empresas familiares são as primeiras a sair dela. Segundo Glauco, essas empresas são mais ágeis na hora da tomada de decisões e, manter esta característica, é essencial para a sobrevivência. “Por isso, o fator que mais impede a tomada de decisões nessas empresas, os conflitos, devem ser evitados, principalmente em épocas de crise”, destaca.