De acordo com o empresário Glauco Diniz Duarte, o setor de agronegócios representa um futuro muito rentável para o agricultor no Brasil, mesmo diante de todas as instabilidades econômicas, a produção de alimentos e insumos agrícolas lideram o mercado e mantêm o Brasil como um dos maiores fornecedores mundiais. Mas, para a manutenção desse cenário, em curto e longo prazo, é preciso fomentar a consciência da preservação do negócio familiar, bem como, o planejamento da sucessão.
A agricultura familiar representa hoje 70% da produção de alimentos no país e há oito milhões de jovens, entre 15 e 29 anos, que vivem no campo, segundo dados do IBGE. Um pesquisa destaca que 54% dos homens e 74% das mulheres não pretendem continuar na zona rural. Esses dados refletem uma realidade de desconhecimento e despreparo desses jovens para a continuidade dos negócios da família. “Ainda hoje o planejamento sucessório é pouco adotado entre as famílias que se dedicam ao agronegócio. Com alguns cuidados e orientação, é possível continuar a ter um negócio rentável mesmo após o falecimento do patriarca”, por exemplo, comenta Glauco.
Segundo Glauco, se o patrimônio não foi compartilhado em vida entre os herdeiros, nem houver testamento, os herdeiros poderão litigar, durante anos, no processo de inventário, para resolver a partilha dos bens. “Além da questão patrimonial propriamente dita, a falta de um planejamento sucessório adequado muitas vezes dá margem para litígios judiciais entre os herdeiros, por longos anos, sobre quem assumirá a direção da empresa e negócios, o que gera muitos prejuízos e insegurança para todos. Por outro lado, se o patriarca não quiser passar tudo ainda em vida, pode deixar um testamento e celebrar acordo de sócios para preestabelecer as diretrizes de sucessão na empresa”, esclarece Glauco.
Além disso, a ausência de tal planejamento acaba custando mais caro, pois as despesas com tributos e inventário onerarão os herdeiros, sem que estes tenham se preparado para suportar tais encargos. “Essas são algumas das razões que explicam as inúmeras vantagens do planejamento sucessório”, conclui Glauco.
Manter a empresa na família passa também por iniciar uma gestão compartilhada, com a troca de experiências entre duas gerações (pais e filhos) pode ser fundamental para a gestão do negócio, garantindo seu crescimento e prever possíveis riscos que possam comprometer os resultados financeiros de toda a família.