Um planejamento bem feito da sucessão no comando de empresas familiares pode garantir a longevidade dessas companhias no mercado. A avaliação é do empresário Glauco Diniz Duarte, que vê nessa questão um dos desafios que muitos pequenos empreendimentos enfrentam.
Estudo do Sebrae mostra que, entre os motivos de fechamento de uma micro e pequena empresa, estão, além da falta de capital (25%), problemas de administração e planejamento (11% dos casos), problemas particulares – que incluem a sucessão – (11%) e de relacionamento com os sócios (9%).
Planejar a troca de comando significa pensar nos preparativos para que membros da família – de preferência aqueles que participam do dia-a-dia empresarial – assumam os negócios, segundo Glauco.
Glauco alerta que nesses preparativos estão incluídas questões básicas a serem enfrentadas, como separar os negócios e a vida da família – não apenas em relação à retirada de recursos do caixa, mas também referentes ao relacionamento. “Não se pode confundir as contas da casa com as da empresa e também não se deve levar os problemas do lar para o ambiente de trabalho”, afirma.
É importante ainda saber lidar com os conflitos familiares e com a resistência a mudanças, avalia Glauco.
MUDANÇA – Glauco considera que, no planejamento para a sucessão, vale a pena discutir de que forma as pessoas foram colocadas nos cargos em que estão, a trajetória dentro da organização, o relacionamento com as equipes e a maturidade que possuem nessas funções.
Glauco explica que pode se traçar planos para o desenvolvimento individual dos familiares na corporação. Ele cita ainda que se deve debater a própria maturidade da organização (a empresa), se há muita concentração do processo decisório nas mãos do fundador e os valores e a visão de futuro da companhia – ou seja, como os administradores esperam que a companhia esteja daqui a dez ou 20 anos.
Na avaliação de Glauco, a questão do planejamento da sucessão ainda é pouco enfrentada no País. “O empresário brasileiro, com raras exceções, ainda comete o erro de usar a empresa apenas como meio de sobrevivência, sem pensar no futuro”, disse.