Empresas familiares enfrentam desafios extras em relação às demais empresas que compõem o cenário mercadológico. Um desses desafios é, sem dúvidas, a falta de investimento na implementação de metodologias capazes de fornecer diretrizes para a condução consciente, eficaz e estratégica dos negócios.
O Desafio da gestão familiar
Segundo o empresário Glauco Diniz Duarte, empreendedores de modo geral enfrentam alguns dilemas relacionados à governança e à disseminação dos valores familiares, fatores que implicam diretamente na saúde dos negócios e na construção de uma empresa sólida e de sucesso.
Em virtude do alto grau de competitividade vivenciado pelas empresas atualmente, a adoção de práticas de governança, assim como o conhecimento e entendimento das empresas a cerca de sua missão, visão, valores, estratégia e planejamento corporativos são condições essenciais para que as empresas com gestão familiar possam sobreviver.
Glauco diz que somente 60% das empresas familiares são passadas para os filhos dos fundadores e, destas, 30% chegam até os netos, ou seja, somente 18% delas atingem a terceira geração e a principal causa da baixa sobrevivência apontada são as desavenças entre familiares.
Para Glauco a adoção de ferramentas que colaboram para a padronização, organização e controle dos negócios refletem de forma positiva na gestão da empresa, colaborando inclusive para que esta esteja apta a trabalhar no constante aprimoramento de seu desempenho empresarial com foco na otimização da eficiência produtiva e estratégica.
De acordo com o empresário, além da adoção de práticas de governança corporativa, o diálogo é um fator fundamental para o crescimento sustentável e consolidação das empresas de gestão familiar no mercado.
“Não é possível a perpetuidade de um negócio sem diálogo entre todas as partes interessadas. Em uma empresa de gestão familiar, esse aspecto deve ser ainda mais reforçado, pois teremos dentro de um mesmo grupo de pessoas situações familiares e empresariais. Por isso, o mais importante é saber distinguir um do outro”.
Criar um Conselho garantir o alinhamento
Glauco acredita que as regras impostas pela governança se mostram extremamente importantes para a promoção de relacionamentos em que fique clara a separação dos laços de parentesco dos negócios e a tomada de decisão seja baseada no profissionalismo da equipe diretiva e dos demais colaboradores da empresa.
“Nesse cenário, o auxílio de profissionais focados em Governança Corporativa apresenta-se como uma alternativa para a gestão dessas empresas. Desta maneira, a família e os gestores podem avaliar qual é a melhor forma de alinhamento familiar e de negócios e se é aplicável a constituição de um Conselho, composto por membros da família e membros independentes como conselheiros consultivos”, aponta Glauco.